Parece que o jogo virou para Viúva Negra, já que o grande atraso em seu lançamento, inicialmente considerado como algo prejudicial, pode acabar sendo muito benéfico para o novo filme da heroína da Marvel.
Começando pelo benefício financeiro, já que com o atual avanço das vacinações contra o Covid-19, muito mais salas de cinema poderão ser abertas e o público se sentirá mais seguro para apreciar a experiência cinematográfica, o que com certeza aumentará bastante o lucro de bilheteria do filme.
Além das chances mais elevadas de lucro, o filme não poderia ser lançado em melhor momento, diante o recente chocante depoimento da estrela do pop Britney Spears ao tribunal que julga seu caso de tutela.
A cantora deixou o mundo chocado ao revelar que foi obrigada a trabalhar doente, teve seus relacionamentos proibidos e, ainda, foi forçada a utilizar um dispositivo contraceptivo, para que não tivesse mais filhos.
A triste história real da vida de Spears se assemelha muito com a história de Natasha Romanoff e as demais viúvas negras, que é o centro de uma das subtramas do novo filme do Universo Cinematográfico Marvel.
O longa mostra o treinamento das viúvas negras, um grupo de mulheres que são obrigadas a treinar até a exaustão, tem suas mentes controladas e seus órgãos reprodutivos retirados.
Resumidamente a personagem de Scarlet Johansson evidencia algo que parece surreal em pleno século 21, mas que ainda acontece muito, o fato de a sociedade ainda ser tão opressora quando se fala de mulheres.
Ainda vemos diariamente mulheres sendo subjugadas, tendo seus corpos explorados, suas identidades retiradas e personalidades oprimidas por uma sociedade machista.
A revelação da terrível vida imposta a Britney Spears evidencia ainda mais a necessidade de falarmos sobre isso, para tentar começar a mudar as coisas, ressaltando a necessidade e a importância da sororidade.
E o que melhor que uma produção que será vista por milhões de pessoas, inclusive muitos homens, para levantar um assunto tão importante e necessário para a sociedade atual.
Além de mostrar a terrível experiência que Natasha e suas “irmãs” viúvas negras foram submetidas para se tornarem implacáveis espiãs, o filme evidencia o ridículo da maneira como a personagem é colocada para sensualizá-la.
Desde que apareceu em sua primeira cena, em Homem de Ferro 2, a personagem vivida por Johansson sempre foi vestida e posicionada para mostrar suas curvas, o que a atriz chegou a dizer que fazia com que ela se sentisse como um objeto decorativo.
Falando da sexualização de sua personagem em uma recente entrevista aos site americano Collider, ela disse que os outros personagens de Homem de Ferro 2 a tratavam como um pedaço de carne.
“Você olha para trás, para o Homem de Ferro 2, e embora tenha sido muito divertido e com momentos ótimos, a personagem é tão sexualizada, sabe? Realmente falam dela como se fosse um pedaço de um objeto, como uma propriedade, um objeto ou algo assim – como um pedaço de carne”, ela explicou como se sente.
Apesar de sua frustração com as produções anteriores, a atriz diz que está bastante feliz com a abordagem que Viúva Negra trará sobre sua personagem e outras mulheres.
Viúva Negra chega aos cinemas e ao Disney+ Premier Access em 9 de julho.
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Gaúcha, formada em Jornalismo e Pedagogia, crocheteira,”mãe” da dog Katy, apaixonada por filmes e séries de gêneros variados e por escrever. Sou redatora do site E-Pipoca especialista em cultura pop, cinema, streaming e TV.
