Ao longo da 1ª temporada de A Idade Dourada o público viu George Russell tomar várias atitudes antiéticas e algumas que poderiam ser consideradas ilegais, mas, apesar disso, o personagem não é considerado um vilão da história, algo que foi explicado por seu showrunner à The Hollywood Reporter.
“Eu acho que, quando se fala de ilegal, não tem muito significado, na verdade, porque na Era Dourada praticamente nada era ilegal. Esses caras, esses ‘barões ladrões’ [como] todos os chamam, eram mais ou menos irrestritos em conseguir o que queriam. Não havia imposto de renda, para começar. Má prática e conhecimento privilegiado, nada disso significava nada para eles, era apenas ir atrás do coelho e obtê-lo. E George era um membro desse grupo”, Julian Fellowes começou explicando.
Ele prosseguiu revelando que o personagem interpretado por Morgan Spector, inclusive, foi baseado em uma pessoa da vida real, daquela época.
“Várias coisas sobre George: De certa forma, ele é baseado em um personagem da vida real chamado Jay Gould. E a coisa sobre Jay Gould que eu gosto quando eu estava fazendo a minha leitura era que Jay Gould era muito, muito implacável nos negócios e, basicamente, permitindo a inflação, um dos homens mais ricos que já viveu, mas ele era um marido muito carinhoso e um pai muito terno, em uma época em que muitos pais tinham muito pouco a fazer com seus filhos até que eles fossem muito mais velhos. Mas ele não era assim. ele levaria sua filha em volta do jardim em seu pônei e todo esse tipo de coisa”, ele contou.
O Showrunner voltou a defender seu personagem, afirmando que muitas das atitudes dele, apesar de reprováveis, são gestos de atenção com sua esposa.
“Eu amava esse tipo de personalidade dividida, mas também acho que George e Bertha têm um daqueles casamentos onde eles não compartilham as ambições um do outro, mas eles apoiam inteiramente as ambições um do outro. E é desejo de George que sua esposa consiga o que quer, quer ele se importe com isso ou não: eu não acho que ele se importa muito se a Sra. Astor vem para sua casa, mas ele sabe o quanto é importante para sua esposa, e ele acredita que parte de sua lealdade é conseguir para ela o que ela quer. E acho que ela sente exatamente o mesmo. E isso é o que eles têm em seu casamento que é bastante traiçoeiro, que eles são completamente leais uns aos outros e eles abraçam os desejos um do outro”, ele garantiu.
Sobre as acusações de George Russell ter atitudes cruéis, ele justifica que o personagem apenas agiu como os demais homens de negócios da época.
“Quanto à crueldade, acho que não escondemos, acho que foi um momento muito cruel nos negócios. De fato, quando George decide quebrar o grupo de homens que estão tentando, em primeiro lugar, impulsionar as ações para cima e depois derrubá-las, a técnica que ele usa é exatamente a mesma que tinha sido usada anteriormente por [Cornelius] ‘O Comodoro’ Vanderbilt na mesma situação, onde todos assumiram que as ações iriam para baixo e eles iriam encurtar e todas essas palavras não se entende, e eles fariam uma fortuna”, ele argumentou.
Fellowes finalizou afirmando que o personagem não acha que está sendo mau, mas apenas como um homem que faz justiça usando seu próprios meios.
“Mas ele decidiu pará-los e comprou todas as ações que vieram ao mercado e arruinou todas elas e houve pelo menos um suicídio. Eu não acho que, aos seus próprios olhos, ele era um homem mau. Ele os pagou por sua traição e acho que para George, estes homens merecem ser punidos. Ele está meio arrependido de um deles ter cometido suicídio e ele se sente um pouco mal com isso, mas ele não se sente mal ele os puniu, porque eles eram traiçoeiros e merecem ser punidos. E eu acho que aqueles homens, você era a favor ou contra eles. E uma vez [alguém] trabalhou contra eles, então eles tinham algo vindo para eles, e não foi sua culpa. E eu sinto que é realmente o que governa George”, ele concluiu.
A Idade Dourada está disponível no Amazon Prime Vídeo.
O que você achou? Siga @siteepipoca no Instagram para ver mais e deixar seu comentário clicando aqui.
Gaúcha, formada em Jornalismo e Pedagogia, crocheteira,”mãe” da dog Katy, apaixonada por filmes e séries de gêneros variados e por escrever. Sou redatora do site E-Pipoca especialista em cultura pop, cinema, streaming e TV.
