Apesar do tom inocente, Branca de Neve e os Sete Anões também tem seu lado sombrio e inspirou produções de terror ao longo dos anos. O diretor Francis Ford Coppola, por exemplo, revelou que o caixão de vidro da vampira Lucy em Drácula de Bram Stoker foi inspirado na princesa que come a maçã envenenada.
Entretanto, o diretor italiano Dario Argento que foi mais a fundo em buscar inspiração para suas obras de terror e afirmou que a doce princesa da Disney serviu como inspiração para seu filme Suspiria.
Argento se especializou em um subgênero do terror conhecido como giallo, um precursor do subgênero slasher, conhecido por histórias que envolvem mistério e crime, distúrbios psicológicos e erotismo.
Entretanto, Suspiria não é um filme giallo no sentido mais estrito. A trama envolve um coven de bruxas secreto. Alguns dos colaboradores do diretor afirmaram que ele realmente acredita na existência de bruxas, porém, o próprio Argento negou qualquer crença em magia.
Além do ocultismo, no entanto, estava a inspiração dos contos de fadas. Nicolodi co-escreveu o roteiro de Suspiria com o diretor, e contou que aproveitou várias histórias infantis durante a escrita.
Argento até mesmo queria fazer o filme com crianças pequenas, porém, os distribuidores não aceitaram. Por isso, ele usou o design de produção a seu favor e ampliou os cenários para conseguir diminuir o tamanho das atrizes.
Além disso ao escalar a atriz Jessica Harper para interpretar a personagem principal, Suzy Bannion, ele usou como critério o fato de que ela lembrava a própria Branca de Neve.
E foi a Branca de Neve da Disney em particular que influenciou Suspiria, mais evidentemente no uso da cor. O filme ficou conhecido por utilizar o processo Technicolor de três tiras.
“Estávamos tentando reproduzir a cor da Branca de Neve de Walt Disney.”, revelou Argento.
O diretor pediu que Luciano Tovoli, diretor de fotografia, reassistisse Branca de Neve os 7 anões várias vezes em preparação para Suspiria, e Tovoli rastreou um antigo estoque de filmes Kodak que os permitiria replicar melhor o visual Technicolor.
Embora o processo fotográfico de três tiras tenha se tornado obsoleto em 1977, a Technicolor ainda usava seu processo de transferência de corante para finalizar a foto colorida em outro material.
Seu sistema permitiu um controle muito maior sobre o visual final das imagens. Suspiria seria um dos últimos filmes processados por essa tecnologia, mas, para a época, era o que havia de mais sofisticado.
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Um Psicólogo que estuda Medicina, ensina inglês, toca piano, ama escrever e tem um gato. Atuo como redator especializado em assuntos da cultura pop como filmes, séries de TV e streaming, animes e variedades relacionadas.