A Igreja Católica é conhecida por ter cometido muitos erros, injustiça e cometido atos extremamente condenáveis ao longo dos anos, porém também é lembrada por abrigar almas tão elevadas em vida que foram santificadas, como Santo Antônio Maria Claret.
O arcebispo espanhol é o foco central do filme O santo de todos – A vida e missão de Santo Antônio Maria Claret, que chega aos cinemas para contar não só a história do sacerdote e seus feitos, mas também como ele foi perseguido e injustiçado simplesmente por ser um abolicionista não declarado.
No longa o público vai conhecer a história de Antoni María Claret i Clará, um homem nascido em uma família de artesãos têxtil, muito religiosa, que cresceu frequentando a igreja católica e tinha um fascínio por Nossa Senhora.
Já adulto, Antoni sentiu que havia recebido um chamado e aos 28 anos foi ordenado sacerdote e se tornou um missionário, iniciando uma missão única e diferente da maioria de seus colegas sacerdotes, que lhe tornou amado pelo povo e odiado pela nobreza e alguns membros da Igreja.
Quatro anos depois, ele se uniu a outros sacerdotes e formou a Congregação dos Filhos do Imaculado Coração de Maria, instigando seus seguidores a oferecer os ensinamentos e indulgências de forma gratuita, se desapegando dos bens materiais e o conforto das paróquias.
Sua atitude inovadora começou a incomodar outros membros do clero e a partir deste momento a vida de Antônio Maria de Claret passou a ser acompanhada de perto primeiro pela Igreja e posteriormente por figurões da alta nobreza da Espanha.
A transformação de Antonio de um missionário no arcebispo de Cuba e posteriormente no confessor da Rainha Isabel II de Espanha, apesar de seu merecimento, não foi nada mais do que o resultado de artimanhas de seus inimigos, tentando se livrar dele e sua visão humanista.
O filme mostra como, por mais que tenha passado sua vida fugindo de assuntos políticos, Antônio Maria Claret acabou tendo sua vida como sacerdote toda definida por decisões políticas, muito mais de seus inimigos que dele, mas muito políticas.
O fato dele tratar igualmente todo fiel que frequentava sua igreja, dos escravos aos nobres mais ricos, ensinou muitas pessoas, mas também incomodou muitas outras, principalmente quando ele começou a defender com mais firmeza negros e escravos e mesmo não se declarando como foi categorizado como um abolicionista.
O mais interessante do longa é que toda a história é contada por um intermediário, o escritor e intelectual espanhol, Azorín, que em 1930, descobriu sem querer que a história de Antonio María Claret tinha sido deturpada, sendo propagada uma versão diferente da realidade por 60 anos.
O santo de todos – A vida e missão de Santo Antônio Maria Claret não é interessante apenas para os católicos, mas também para qualquer pessoa interessada em história, mais especificamente pela luta contra os escravicionistas e as difíceis consequências sofridas por quem defendia os escravizados.
E nosso veredicto de Balde de Pipoca foi:
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Gaúcha, formada em Jornalismo e Pedagogia, crocheteira,”mãe” da dog Katy, apaixonada por filmes e séries de gêneros variados e por escrever. Sou redatora do site E-Pipoca especialista em cultura pop, cinema, streaming e TV.
