Ela Disse é o retrato de uma realidade dolorosa para as mulheres do mundo

Filme mostra os bastidores da investigação do New York Times sobre os casos de assédio de Harvey Weinstein

Chegando nos cinemas nesta quinta-feira (08) o filme Ela Disse, produção que levou às telas os bastidores da investigação feita por duas jornalistas do New York Times, que revelaram ao mundo o imenso esquema que encobria inúmeros casos de assédio sexual, praticados por Harvey Weinstein.

Um dos mais reconhecidos produtores cinematográficos de Hollywood, Weinstein, usou todo seu poder e dinheiro, para assediar e abusar psicologicamente e sexualmente, por décadas, de inúmeras mulheres, que vão de assistentes a grandes estrelas de cinema.

Cena de Ela Disse
Cena de Ela Disse (Divulgação/Universal Pictures)

Ela Disse mostra de maneira mais completa e profunda o caso, levando às telas uma interpretação bem feita dos bastidores de toda investigação, feita pelas repórteres do New York Times, Jodi Kantor e Megan Twohey.

No longa, é perceptível o quanto o caso virou algo praticamente pessoal para as jornalistas, que entraram na investigação achando que apenas trariam à tona indiscrições do passado do produtor, e acabaram descobrindo um verdadeiro predador, que não só agia por anos, como ainda era encoberto.

Cena de Ela Disse
Cena de Ela Disse (Reprodução/Youtube)

Fica visível também que Weinstein agia com tanta frequência e naturalidade, que seu modus operandis era conhecido e tolerado por todos que trabalhavam para ele, que descreviam sua maneira de agir com as mulheres como “o seu jeito”.

É satisfatório acompanhar cada passo de Jodi e Megan, cada descoberta que ajudará a denunciar o assediador, toda a dedicação das duas à investigação, para a qual elas se doaram de corpo e alma, sem desistir, mesmo diante todas as dificuldades e falta de provas.

Cena de Ela Disse
Cena de Ela Disse (Reprodução/Youtube)

Não é nada difícil se emocionar e se revoltar com cada cena de depoimento de vítimas, se colocar no lugar delas, imaginar e compreender a dor, o medo, o sentimento de impotência, de derrota e até de culpa.

Assim como revolta ver a quantidade de pessoas que sabiam de tudo e não só não tentaram impedir Weinstein, como o encobriram e agiam como se não fosse nada demais, achando que se ele não deixasse marcas nos corpos que tocava sem permissão, estava tudo bem, poderia ser resolvido.

Cena de Ela Disse
Cena de Ela Disse (Reprodução/Youtube)

Ela Disse mais do que conta uma história real horrível e triste, sua interpretação dos fatos o torna um retrato de uma realidade dolorosa para mulheres de todas as idades, classes, raças e nacionalidades, que diariamente se vem em situações de assédio e agressão sexual, e são caladas, pelo poder, o dinheiro, ameaças, medo de julgamento, falta de assistência, entre tantas outras coisas.

Se acompanhar as notícias de quando tudo aconteceu foi difícil e revoltante, se aprofundar no caso, ver uma interpretação de como tudo aconteceu, chega a ser dolorido, pois evidencia que ainda estamos a milênios de realmente acabar com esse tipo de agressão a mulher, por mais que esse caso tenha sido uma vitória e tanto.

Cena de Ela Disse Cena de Ela Disse
Cena de Ela Disse (Reprodução/Youtube)

Embora e por causa de todos os sentimentos que Ela Disse possam aflorar, principalmente no público feminino, o filme é quase uma necessidade como produção que deve ser vista, como uma ferramenta de abrir os olhos das pessoas e as fazerem pensar e quem sabe assim mudar algo, nem que só um pouquinho.

O filme não só não decepciona, mas supera as expectativas de quem vai ao cinema inspirado pela história que ele conta e/ou seu trailer.

E nosso veredicto de Balde de Pipoca foi:

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