Diretor de Blonde rebate críticas: “Queriam reinventar Marilyn”

Pessoas queriam versão 'desconstruída' de artista, acusa cineasta

Andrew Dominik desabafou e acusou as pessoas que criticaram Blonde de não terem entendido qual era a mensagem que ele queria passar com o filme.

Em uma entrevista concedida para o The Hollywood Reporter, o cineasta disse que a rejeição ao filme se deu porque as pessoas queriam que ele representasse a atriz como uma mulher empoderada e não como ela era de verdade:

“A gente vive em uma época agora em que é importante apresentar as mulheres como figuras empoderadas. As pessoas querem reinventar a Marilyn como essa mulher empoderada, é isso que elas queriam ver. E se você não mostrar isso, elas ficam bravas…”

“O que é estranho, porque ela está morta. O filme não faz diferença, quer fosse assim ou não”, disse.

Ana de Armas como Marilyn Monroe se olha em um espelho em cena de Blonde
Ana de Armas como Marilyn Monroe em cena de Blonde (Reprodução Youtube)

Segundo o diretor, as pessoas não entenderam a mensagem central de Blonde, que era pegar a história do ícone e ‘mudar o significado’, explicou:

“O que eles querem dizer é que o filme explorou a memória dela, e a imagem que eles tinham dela, o que é justo dizer. Mas esse era o principal mote do filme: pegar a iconografia da vida dela e colocar isso a serviço de outra pessoa, pegar coisas com as quais as pessoas têm familiaridade e mudar seu significado. Mas não é isso que o público quer ver.”

“Eu não quero fazer historinhas de ninar”, concluiu.

Protagonista de Blonde não entendeu por que as pessoas criticaram tanto o filme

Ana de Armas, que interpreta Marilyn no filme, se mostrou muito confusa com a maneira como a produção foi recebida. Segundo ela, as partes mais fortes e chocantes dele serviam para mostrar como os traumas da vida dela a transformaram na pessoa que ela era:

“Não entendi por que isso aconteceu. Posso contar uma série de programas ou filmes que são muito mais explícitos com muito mais conteúdo sexual do que Blonde. Mas para contar essa história é importante mostrar todos esses momentos da vida de Marilyn que a fizeram acabar daquele jeito. Precisava ser explicado. Todos [no elenco] sabiam que tínhamos que ir a lugares desconfortáveis. Eu não fui a única.”

Ana de Armas como Marilyn Monroe em Blonde (Reprodução / Netflix)
Ana de Armas como Marilyn Monroe em Blonde (Reprodução / Netflix)

Muitas pessoas consideraram a obra de mau gosto, principalmente por retratar a artista como uma mulher dependente e lunática, e exagerar suas tragédias de infância como maneira de ‘justificar’ seu comportamento enquanto adulta.

Blonde está disponível na Netflix. Confira a crítica exclusiva do E-Pipoca sobre o filme clicando aqui.

O que você achou? Siga @siteepipoca no Instagram para ver mais e deixar seu comentário clicando aqui.

Veja mais ›