Crítica: Batem à Porta vai surpreender, mas não do jeito que você espera

Diretor faz jogada de mestre e surpreende ao não chocar?

Batem à Porta não é um filme ruim, longe disso, mas quem avisa amigo é, e é bom moderar as expectativas antes de chegar ao cinemas para assistir à sua estreia que acontece nesta quinta-feira (02).

Quem ouve falar do filme e conhece o trabalho do cineasta M. Night Shyamalan (que assina o roteiro junto Steve Desmond, Michael Desmond e Michael Sherman, como adaptação do livro O Chalé no Fim do Mundo, de Paul Tremblay) possivelmente vai buscar muitas reviravoltas e surpresas chocantes, algo que se transformou na marca registrada do diretor desde O Sexto Sentido (1999).

Porém, o que mais choca na história do longa é a maneira simples como a narrativa se desenrola, e sem estes vícios.

Nikki Amuka-Bird como Sabrina, Dave Bautista como Leonard, Abby Quinn como Adrianne e Rupert Grint como Redmond em Batem à Porta (Divulgação)
Nikki Amuka-Bird como Sabrina, Dave Bautista como Leonard, Abby Quinn como Adrianne e Rupert Grint como Redmond em Batem à Porta (Divulgação/ Universal Pictures)

A trama não é nada cheia de detalhes: o casal Andrew (Ben Aldridge) e Eric (Jonathan Groff) leva sua filha Wen (Kristen Cui) para passar alguns dias em uma cabana isolada à beira de um lago. O que era para ser um final de semana calmo acaba se tornando o seu pior pesadelo.

Entram Leonard, Sabrina, Redmond e Adrianne, interpretados por Dave Bautista, Nikki Amuka-Bird, Rupert Grint e Abby Quinn. Os quatro afirmam estar em uma missão para o qual foram escolhidos, para evitar que o apocalipse aconteça e varra 7 bilhões de pessoas da Terra.

Cabe a Eric, Andrew e Wen o destino do mundo, e a decisão que eles são coagidos a tomar não vai ser algo fácil de escolher, e essa é a grande pergunta do longa: “Você seria capaz de sacrificar sua família para salvar toda a humanidade?”

Jonathan Groff como Eric e Dave Bautista como Leonard em Batem à Porta (Divulgação)
Jonathan Groff como Eric e Dave Bautista como Leonard em Batem à Porta (Divulgação/ Universal Pictures)

E aí, Batem à Porta é um clássico de M. Night Shyamalan?

Sendo sincero, o filme não é nada do que eu esperava que fosse, por mais que a história dele estivesse bem, clara desde o início da divulgação. Quando o trailer foi lançado, tudo o que eu pensava era: ‘OK, sei quem são esses quatro e o motivo da escolha desta família. Mas deve ter mais uma surpresa escondida no final’.

A surpresa veio na verdade através de uma narrativa direta, sem rodeios e que segue uma sequência lógica do início ao fim, sem nenhuma puxada de tapete repentina.

Isso significa que ele seja ruim? De maneira nenhuma. Com um elenco principal formado por apenas sete atores, a interpretação de todos está sensacional. Destaque para Kristen Cui, em seu primeiro filme da carreira, que convenceu como uma criança em uma situação de perigo e medo.

Na verdade, acho que a grande reviravolta do filme é essa: não ter uma reviravolta.

M. Night Shyamalan em bastidores de Batem à Porta (Divulgação)
M. Night Shyamalan em bastidores de Batem à Porta (Divulgação/ Universal Pictures)

Shyamalan foi um mestre ao fazer isso. Afinal de contas, o que todo espectador espera de uma produção dele é a alguma mudança chocante no rumo da narrativa. No entanto,  a simplicidade da trama é o que choca.

Com uma história que não tem uma justificativa fantástica ou vinda do nada, o diretor mais uma vez pega os espectadores desprevenidos. Com o filme, ele pula de sua caixinha dos twists, onde mora há anos em Hollywood.

Confira o trailer a seguir:

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Batem à Porta está em cartaz em cinemas de todo o Brasil.

E nosso veredicto de Balde de Pipoca foi:

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