CRÍTICA: 45 do Segundo Tempo vai fazer o espectador pensar na vida sem esquecer que pode fazer isso rindo

Comédia dramática dirigida por Luiz Villaça trata de forma leve um problema mais comum que muitas pessoas imaginam

Dono de um cantina italiana com anos de tradição, herdada do avô, o palmeirense doente Pedro vive sua vida sozinho, sem esposa ou filhos, sempre com um sorriso no rosto, apenas na companhia de sua cachorra chamada Calabresa.

Ele reencontra seus velhos amigos de colégio, que não vê há 40 anos, Ivan e Mariano, quando eles são convidados a recriar uma foto que tiraram juntos na inauguração do metrô de São Paulo nos anos 1970.

Na ocasião, eles são informados que o quarto membro do grupo, Ernesto, faleceu recentemente, o que parece abater mais a Pedro que os demais.

Tony Ramos em cena de 45 do Segundo Tempo (Divulgação)

Aparentemente feliz para quem vê de fora, ele vive uma crise existencial por perceber que não conseguirá salvar o negócio de família, que está cheio de dívidas, sentimento que só piora quando ele perde sua companheira canina, que morre de velhice.

A falência de sua cantina, a perda de sua cachorra e a notícia da morte do amigo de escola fazem Pedro explodir e tomar uma grande decisão: ele vai acabar com a própria vida, algo que ele decide compartilhar com Ivan e Mariano.

Em um piscar de olhos, o advogado de sucesso com problemas familiares e o padre que duvida do que prega se veem envolvidos em uma doida empreitada criada por Pedro, que decidiu aproveitar seus últimos dias de vida, até o fim do campeonato de futebol que ele espera que faça seu time campeão.

Cássio Gabus Mendes, Tony Ramos e Ary França em cena de 45 do Segundo Tempo (Divulgação)

O trio vive momentos malucos e hilários, nos quais relembram os velhos tempos de sua adolescência juntos em uma cidade de interior, quando eram todos caidinhos pela mesma menina, enquanto ao mesmo tempo reavaliam suas vidas.

Eles fazem uma viagem que acaba abrindo seus olhos para o que tinha de mais errado em suas vidas, o que os faz analisar o verdadeiro sentido da vida e começar a retomar o controle.

O carisma de Tony Ramos torna impossível não se compadecer do triste fim de vida que seu personagem se encontra, decidido a tirar a própria vida, certo de que ninguém nem sentirá sua falta e com o tempo ele terá sua existência apagada.

Tony Ramos, Ary França e Cássio Gabus Mendes em cena de 45 do Segundo Tempo (Divulgação)

Apesar de a história girar em torno de Pedro desistindo de viver, seu tom dramático não consegue dominar, pois a comédia trazida pelo talentoso trio de protagonistas impera mais forte e arranca boas risadas do espectador, fora a maneira natural que o protagonista lida com a ideia de morrer.

Ary França e Cássio Gabus Mendes encaixam perfeitamente com seus personagens, um cômico e confuso e o outro mais sério e racional, e quando os dois se reúnem com o protagonista, a conexão é simplesmente perfeita.

Em meio a histórias tristes e complicadas, decisões certas e erradas e muita maluquice, 45 do Segundo Tempo com certeza vai deixar algumas perguntas existenciais na cabeça de quem assistir, além é claro de arrancar muitas risadas.

45 do Segundo Tempo chega aos cinemas nesta quinta-feira (18).

E nosso veredicto de Balde de Pipoca foi:

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