Roteirista original de Batman vs. Superman: A Origem da Justiça (2016) e Liga da Justiça, Chris Terrio concedeu entrevista ao site da Vanity Fair e abriu o jogo sobre o primeiro filme que uniu os dois grandes heróis da DC e sobre a versão do diretor Joss Whedon (Os Vingadores) lançada nos cinemas em 2017.
Segundo Terrio, a Warner Bros. cortou na versão dos cinemas cerca de 30 minutos de cenas essenciais para a trama de Batman vs. Superman, que posteriormente foram acrescentadas nas versões físicas de DVD e Blu-ray.
“Se você tirar 30 minutos de Argo, como eles fizeram em Batman vs. Superman, não faria sentido algum. Os críticos diriam: “que roteiro preguiçoso”, porque os personagens não têm motivações e não é coerente. E eu concordaria com eles. Houve sabotagem no filme por parte da Warner!”
O roteirista também falou sobre como se sentiu quando soube que Whedon faria diversas mudanças em Liga da Justiça. O roteirista teve a chance de assistir ao filme pouco antes da estreia, e o descreveu como “um ato de vandalismo”:
Na ocasião, Zack Snyder precisou se afastar da direção do longa por motivos particulares e a Warner acabou contratando Joss para o seu lugar.
“O corte de 2017 foi um ato de vandalismo. Zack pode ser muito cavalheiro para dizer isso, mas eu não sou. Quando esses toques pessoais foram removidos do filme de 2017, fiquei em silêncio porque não pude realmente dizer nada, mas é claro que doeu. Tudo o que restou foi um esqueleto de dinossauro do que tinha sido uma grande e pesada besta.”
“Considerando aquilo que Zack e Deborah (Snyder) estavam passando na vida pessoal, eu não podia me dar ao luxo de ficar triste. Em comparação à dor deles, perder um filme que você escreveu não é nada. Mas doeu. Era doloroso pensar que eu me importava tanto com esses personagens. O trauma foi tamanho, que não trabalhei em mais nada por muito tempo.”
Segundo Terrio, a versão que chegou às telonas nada tinha do filme original. Ao assistir ao resultado final, o roteirista tentou remover seu nome dos créditos, chegando ao ponto de acionar um advogado:
“Imediatamente (após assistir) liguei para meu advogado e disse, ‘Quero tirar meu nome do filme.’ Ele, então, ligou para a Warner Bros. e comunicou esse desejo. Infelizmente, tudo já estava a caminho dos cinemas. Para remover meu nome, teriam que refazer tudo, e existia a chance do filme ser adiado. Seria um escândalo internacional. Então, me calei e não disse nada publicamente. Nunca disse nada sobre Liga da Justiça desde então, mas aquele filme não representa meu trabalho… Não fui convidado para a estreia, e nunca mais assisti aquela versão novamente.”
O que você achou? Siga @siteepipoca no Instagram para ver mais e deixar seu comentário clicando aqui.
Formado em Criação e Produção Audiovisual. Frequentador assíduo das salas de cinemas e também colecionador há anos de filmes em DVD e Bluray. Atuei como produtor e editor do SBT e na redação de blogs e sites em geral. Atualmente, atuo como redator do ePipoca.
