Conquistar uma audiência não é uma tarefa fácil para nenhum tipo de filme e isso não seria diferente com As Múmias e o Anel Perdido que, como uma animação, precisou conquistar o apreço do público infanto-juvenil e a aprovação dos seus pais.
Pensada para um público de todas as idades, o filme é uma animação descontraída e, ao mesmo tempo que aparenta ser despretensiosa, explora lendas e até mesmo a essência da mitologia egípcia. claro que com muita “liberdade poética”.
Uma viagem para a História
Como seu próprio nome diz, a trama aborda um dos pilares da cultura egípcia: as múmias. O filme, literalmente, se passa sob o Egito moderno, numa cidade milenar, onde as múmias vivem por toda a eternidade.
Essencialmente, a trama aborda o mundo pós-vida dos egípcios que foram mumificados. Nesse ponto, a animação deixa de ser despretensiosa pois claramente tenta ensinar o básico sobre o Egito Antigo e a sua cultura, ainda que sem se preocupar com dados históricos.

Tais distorções não são um problema, visto o público-alvo da animação e acabam tornando o enredo muito divertido e suave. Porém, As Múmias e o Anel Perdido não se limita a explorar a história e brinca com várias piadas e situações que misturam a modernidade com o mundo antigo.
E assim como toda fábula, também imprime uma moral em sua história. Essa tarefa fica a cargo de uma lição durante todo do decorrer da animação e pensada especialmente para as crianças: nunca desista dos seus sonhos.
As Múmias e o Anel Perdido é uma boa animação, mas longe de ser excelente

A não ser que uma animação seja explicitamente direcionada a um publico adulto, como a nova série da Velma, errar a mão nesse tipo de produção é algo incomum.
Enquanto os adultos se preocupam com o teor da história, as crianças que assistem ao filme se preocupam com seus efeitos visuais e sonoros. E, nesses últimos quesitos, As Múmias e o Anel Perdido abre espaço para ressalvas.
Enquanto o visual da animação, embora um pouco ríspido para um mundo viciado em CGI, cative a audiência, sua a trilha sonora quebra completamente o clima da trama. A animação tenta passar uma vibração de musical, mas a sua execução é terrível.

Em alguns momentos, Garcia Galocha (o diretor) parece tentar imitar a fórmula de algumas animações musicais como Frozen, mas passa longe de conseguir a musicalidade da Disney. Se a tentativa foi uma genuína ideia de criar musicalidade, ela só estragou a história.
A animação ganhou três canções originais que, para o bem da trama, foram dubladas e tenta misturar outros dois hits dos anos 2010 em sua história, mas simplesmente não há uma combinação entre a história, a animação e a trilha sonora.

Entretanto, esse pequeno “grande” detalhe não será um problema para quem o filme é destinado: as crianças, mas certamente irá incomodar os pais que as acompanharem.
As Múmias e o Anel Perdido chega aos cinemas de todo o Brasil em 23 de fevereiro.
E nosso veredicto de Balde de Pipoca foi:
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Baiano, mas nascido em São Paulo, sou fascinado pelo cinema e a cultura pop e hoje me dedico à redação do ePipoca.