7 Prisioneiros l Filme sobre escravidão de Rodrigo Santoro estreia na Netflix

Há mais de 15 anos seguindo carreira fora do Brasil, o ator Rodrigo Santoro, 45 anos, estreia nesta quinta-feira (11), na Netflix, o seu filme 7 Prisioneiros, uma drama brasileiro que relata sobre a escravidão no Brasil no século 21.

Dirigido por Alexandre Moratto, e estrelado por Santoro e Christian Malheiros, a produção foi divulgada no 78º Festival de Cinema em Veneza com dois prêmios, e o ator revelou detalhes em uma entrevista ao jornalista Zeca Camargo, falando também sobre a indústria do cinema e sua carreira internacional.

“Esse filme não existira se não fosse o streaming. Até porque vivemos um momento onde a produção cultural no Brasil é, praticamente, inexistente. O cinema está sobrevivendo, por exemplo, graças ao streaming. O 7 Prisioneiros é um exemplo disso, porque ele também vai estrear no cinema. São duas formas, inclusive de se relacionar com a obra, duas formas de assisti-lo,” conta o ator.

Segundo Rodrigo, a experiência de assistir um filme no cinema é oposta em assistir pela plataforma, mas isso é benéfico, porque os streamings estão dando a oportunidade de muitas pessoas que não vão ao cinema terem acesso a ele.

 

7 Prisioneiros (Reprodução)
7 Prisioneiros (Reprodução)

Saiba mais sobre o enredo

7 Prisioneiros mostra a história do jovem Mateus (Malheiros) que sai de sua pequena cidade em busca de trabalho em um ferro velho em São Paulo, que é gerenciado por Luca (Santoro). Ele só não esperava que se tornaria vítima de um sistema pesado de trabalho escravo.

Mateus tem a missão de tirar cobre de resto de itens metálicos e junta os montes para fazer entregas na região. Com a promessa de moradia e salários, ele e outro jovens que foram em busca de uma vida melhor, em poucas semanas descobrem que caíram em uma cilada e não só não recebem o salário, como são explorados com cargas exaustivas de trabalho. O filme mostra a injustiça da escravidão contemporânea.

Rodrigo conversa sobre sua carreira

“Essa ida é movida por uma curiosidade, sempre fui muito curioso. Por um desejo de conhecer outros universos, adversidades, outra cultura. E tive um convite que veio após eu fazer ‘O Bicho de 7 cabeças’ e o ‘Abril Despedaçado’ que foram filmes que foram parar em festivais internacionais. A partir daí, passei a conviver com outros artistas, entrar em contato com outras visões de mundo. O que começou a me interessar muito e a expandir o meu olhar. Eu fui muito movido por isso,” declara o ator.

Santoro também falou sobre sua perspectiva da fase cultural no Brasil.

“É muito difícil estar otimista nos dias de hoje. Aqui no Brasil, especialmente. Eu diria que o fato de a Netflix, um streaming, ter olhado para o Brasil, um país de mais de 200 milhões de habitantes e estar investindo cada vez mais na cultura, é porque é uma empresa, não podemos deixar de pensar que é uma empresa, que visa o retorno. Então se a plataforma está investindo é porque existe o retorno. É porque é uma indústria que gera emprego, é uma indústria que gera renda também. Isso é um exemplo de como este setor merece atenção, investimento e um olhar muito diferente do que a gente tem no momento. Eu acho que as pessoas precisam ter acesso à cultura até para se sentirem parte do tecido social,” conclui.

 

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