Sistema Bruto: Bruna Altieri garante que Rosa vai surpreender o público

Atriz falou sobre o clima no set e a parceria com sua colega de cena Bruna Viola

Sistema Bruto está chegando aos cinemas na próxima quinta-feira, mês trazendo um grande elenco em uma história de muita ação e diversão, contando com jovens talentos como Bruna Altieri, que dá vida a Rosa, uma personagem que a atriz promete que vai surpreender o público.

Bruna conversou sobre o filme e sua personagem em uma entrevista exclusiva para o E-Pipoca recentemente, revelando um pouco mais de Rosa e do quanto foi prazeroso para ela estar no set de Sistema Bruto.

Em Sistema Bruto você faz a Rosa, que é a melhor amiga da Bruna, o que você pode falar mais sobre ela?

“Como você sabe a trama é em cima dessas personagens, a Rosa e a Bruna, que tem um grande conflito, que é onde começa, digamos, que tudo começa a esquentar um pouquinho mais, no caminho dessa competição que a Bruna topa participar e que a Rosa também topa participar, a princípio sendo a mecânica da Bruna, porque mais adiante a Rosa tem outros planos para essa competição, além de torcer pela Bruna, ela também está visando o prêmio principal, porque ela quer seguir o sonho dela, ir para a cidade grande, mas para isso, ela coloca em risco uma amizade de anos, da vida inteira dela, que é com a Bruna, que para ela é família, e coloca em risco o sonho da vida dela que é ir para a cidade grande, fazer uma faculdade e seguir o sonho dela e ter oportunidades nessa carreira e, fugir da família dela, daquele ambiente que ela vive, por que ela quer mais da vida. Então, a trama toda é em cima dessa história”.

“Além disso, se você é fã de sertanejo, como a gente é, você vai ver que o filme é perfeito para você. Aliás, quem não se identifica com o sertanejo, não é? O sertanejo é uma música que todo mundo ama, é uma música muito amada pelo Brasil e você vai poder ouvir muita música sertaneja neste filme”.

Bruna Altieri e Bruna Viola, caracterizadas como Rosa e Bruna, posam cada uma de um lado de um carro com em Sistema Bruto
Bruna Altieri e Bruna Viola em Sistema Bruto (Reprodução Instagram)

A Rosa é uma grande frequentadora de festas sertanejas, mas você já tinha uma proximidade com o universo sertanejo antes do filme?

“Sempre gostei de música sertaneja, já fui em vários shows. Sempre gostei, mas eu vou ter que ser bem sincera aqui, que a Rosa ela me trouxe para outra realidade porque ela é de outro universo, e ela fez com que eu acessasse ainda mais esse universo sertanejo, com que eu conhecesse ainda mais profissionais do meio e um pouco mais as pessoas que frequentam esses ambientes sertanejos, por exemplo o Festival de Barretos, que eu já tinha ouvido falar muito, inclusive tenho um amigo que organiza esse evento, mas eu não conhecia e agora tive o prazer de estar lá, e eu amei demais, eu gosto muito”.

“E é uma coisa que eu vou levar comigo para a vida inteira, porque eu sempre quis fazer uma personagem assim, que usasse chapéu, que tivesse alguma coisa e ver com o interior, ou com a música sertaneja, eu realmente sempre quis”.

E como foi contracenar com a Bruna, que é uma novata na atuação, como foi essa relação no set de filmagens de Sistema Bruto?

“Eu vou te dizer algo que eu acho que não disse em nenhuma outra entrevista, mas o set de Sistema Bruto foi uma grande surpresa para mim, quando nos atores vamos para um set, você não sabe o que vai te esperar e você tem que estar disponível para trabalhar com todo tipo de profissional, às vezes você vai para um set com pessoas que trabalham um pouco diferente, as vezes vocês consegue se aproximar mais de algumas pessoas, as vezes não, é uma correria, set é uma loucura. Mas no set de Sistema Bruto, chegou um momento que eu me senti assim em casa. No nosso último dia de gravação eu estava em lágrimas, a última cena, eu a e Bruna saímos em lágrimas, ela chorando e eu chorando que nem bebê, eu até me emociono de lembrar, porque foi um set que me marcou muito, eu não esperava, ali eu conheci pessoas que eu tenho certeza de que eu vou levar para a vida”.

“E em relação a trabalhar com a Bruna, foi uma honra, ela é uma grande estrela, uma grande profissional, ela é muito talentosa. Quando nós estávamos em cena, acho que a gente caiu em si que realmente não teria como ser diferente. E outra, eu pude ver em cena uma profissional que é uma mulher super simples, parceira, ela estava comigo em todos os momentos, ela estava ali entregue apesar de ele não ser atriz, ela deu um show em cena. E ela cantou, meu Deus do céu, o que é aquela mulher cantando, eu sou fã dela, não só amiga, porque ela cantando eu ficava encantada, todo mundo no set parava para ouvir, realmente tem gente que tem um dom especial e a Bruna é uma dessas pessoas”.

Bruna Altieri em Sistema Bruto (Divulgação)

A Bruna contou para a gente que tem um momento que a personagem dela e a sua tem uma briga, e que esse momento foi muito difícil para ela, e para você como foi fazer essa cena?

“A Bruna se saiu muito bem como atriz, e eu lembro que isso era uma coisa que nós conversamos muito. Eu lembro que teve um dia, que acho que foi um dia antes dessa cena, que eu cheguei para ela e disse: ‘Eu quero saber mais de você’, porque a gente tinha trocado poucas palavras no início da gravação, então eu disse: ‘Quero saber mais de você, da sua vida e da sua história. Quero saber quem é você, eu sei que você é cantora, que você é uma grande cantora, eu já escutei suas músicas, mas eu quero saber mais de você’. E ela foi se abrindo e eu também, e ela comentou que ela tava nervosa porque ela não era atriz e era a primeira vez dela gravando em um set, um filme, tendo que seguir um roteiro, e a gente passou essa cena muitas e muitas vezes, e acho que ela não sabe, porque ela sempre fala que eu ajudei muito ela, mas ela não sabe que ela que me ajudou muito, pois no momento em que eu estava ali passando a cena com ela, dando uma dicas, na verdade eu tava tão focada ali que aquilo ali tava para mim, me trazendo a Rosa. Porque eu só fui a Rosa em cena quando eu consegui descobrir esse elenco, quando eu consegui descobrir essa ligação da Rosa e da Bruna, da Rosa e do Marcondes, que é o Oscar Magrini, o pai dela, quando eu consegui fazer essa ligação da Rosa com o Cirillo, que faz o Arthur, namorado dela, isso foi trazer a Rosa para mim. E a gente passou essa cena várias e várias e várias vezes, com certeza foi um dos momentos que para mim foram mais marcantes. Acho que ficamos umas três horas sentadas no chão atrás de um carro repassando essa cena, paramos realmente só para gravar todo nosso intervalo nesse dia a gente se dedicou a essa cena”.

No filme o Oscar Magrini faz o Marcondes, seu pai, e a Thais Pacholek a Maggie, sua madrasta, como foi a relação com essa família no set?

“Foi muito divertida, rendeu boas risadas, eu acho que o público que vai assistir o filme pode esperar dessa família umas cenas bem divertidas, para mim foi assim no set. A Thais é uma grande atriz, o Oscar é um grande ator, é muito bom contracenar com eles. Eu lembro de uma cena que eu fiz com o Oscar, de pai e filha, que eu lembro que foi a última cena do dia e eu estava muito cansada, porque a gente gravou muito naquele dia, foi um dia que tinha feito muito sol e depois muito frio, e eu fui gravar essa cena com o Oscar e eu tava muito concentrada, muito ali porque eu já estava cansada, e é muito bom dividir a cena com um ator que tem anos de profissão, eu sempre saio dessas cenas com algum aprendizado e essa ceno com o Oscar me marcou porque eu lembro que ele me deu várias dicas e é muito bom dividir a cena com um ator que tá ali entregue não só na hora que a câmera está virada para ele, mas também quando a câmera está virada para você”.

“Muita gente não sabe disso, mas a gente (atores) precisa dessa troca, até mesmo quando você não tá em cena, que você esteja ali 100% para o seu parceiro”.

Oscar Magrini, Bruna Altieri, Thais Pacholek e Lara Longuine posam juntos como a família de Sistema Bruto
Oscar Magrini, Bruna Altieri, Thais Pacholek e Lara Longuine forma um núcleo familiar em Sistema Bruto (Reprodução Instagram)

Você contracenou em Sistema Bruto com diversos atores bem experientes além do Oscar Magrini, como o Jackson Antunes, a Marisa Orth, o Nelson Freitas, você acha que conseguiu aproveitar bem-estar no set com esses atores experientes?

“Muito, muito mesmo. Esse é o segundo filme que eu gravo com o Nelson Freitas. Eles são grandes atores, pessoas que eu acompanho o trabalho a muito tempo, eu acho que os atores, principalmente eu, que sou uma atriz muito jovem ainda, acho que toda experiência nossa a gente tem que estar ali 100% para absorver tudo, não existe um momento em que você vai poder falar: ‘Eu absorvi tudo’. Ainda mais quando você é jovem. Eu venho do teatro, sou formada em artes cênicas, então toda experiência que eu tenho na minha vida eu tento absorver ao máximo, eu presto muita atenção, eu sou um tipo de atriz que se o ator te dá uma dica ou fala alguma coisa no set, é algo que eu pego, porque eu tô 100% ligada ali, para mim é muito importante isso”.

O Jackson disse quando conversamos com ele, que o que acontece no set é uma troca, que assim como os atores mais jovens estão aprendendo, ele também estava ali aprendendo, você concorda?

“Sim, eu vou te falar que o Jackson é muito modesto, ele é um ator assim de uma humildade, nossa eu fiquei encantada com ele não só como um artista, mas também como pessoa, porque ele é de uma simplicidade, de uma sabedoria. Eu acho que eu aprendi com ele não só em cena, mas nas nossas conversas fora de cena também. Ele me falava cada coisa que eu ficava tipo: ‘Nossa, esse homem não é real’, ele é um grande artista, ele é demais, tem uma alma especial. Isso que ele falou é o que eu falei, que nos atores temos uma jornada que nunca acaba, nunca para de estudar. Ator geralmente tem essa sede de novidade, de conhecimento, que é realmente uma busca por algo que não tem fim”.

Como foi filmar na pandemia, com todas as medidas de segurança, você acha que tornou tudo mais desafiador?

“Quando a gente fala de pandemia, é um assunto que pode render muito. Sistema Bruto foi meu segundo filme gravado durante a pandemia, e foi muito difícil, porque foi um momento em que o nosso mercado ficou totalmente desestabilizado, a questão do audiovisual, um momento em que a gente precisava trabalhar e não dava para parar, mas ao mesmo tempo como íamos fazer isso home office, então tudo teve que mudar”.

“Eu gravei um filme chamado Tração, que eu demorei quase dois anos no set filmando por causa da pandemia, talvez tenha sido um dos meus maiores desafios”.

“E aí o Sistema Bruto nos graças a Deus conseguimos, o Gui, o pessoal da Dodô (Filmes), a equipe toda do Bruno (Campos) que é da direção de fotografia, todo mundo conseguiu fazer com que esse set acontece com a equipe reduzida, com todos os cuidados direitinho, a gente gravou no interior, nos gravamos muito em locações que eram fechadas para a nossa equipe”.

“É diferente do que a gente tá acostumado, de ter toda uma liberdade de não estar preocupado, teve todo esse processo (de adaptação), mas a gente conseguiu. Na verdade, até hoje eu fico pensando no que nós fizemos, nos gravamos se não me engano quase 200 cenas em 20 e poucos dias, isso é um trabalho muito pesado, foi muito rápido e ao mesmo tempo parece que a gente passou três meses no set”.

Bruna Altieri e Oscar Magrini posam juntos caracterizados como Rosa e Marcondes nos bastidores de Sistema Bruto
Bruna Altieri e Oscar Magrini nos bastidores de Sistema Bruto (Reprodução Instagram)

O Gui comentou que devido a Pandemia vocês não puderam contratar figuração…

“Sim, inclusive, eu assisti a primeira exibição, que foi feito no Hospital de Amor, em Barretos, para crianças, e em várias cenas em que entra figuração tem o pessoal da nossa equipe lá, e eu achei sensacional, porque no meio do set a gente dizia: ‘Ah fulano já apareceu no filme, agora tem que ser você e era muito engraçado, e foi engraçado quando assisti ao filme. E é muito bom, como eu falei a gente conseguiu criar esse ambiente de família, e ao mesmo tempo todo mundo ser 100% profissional e presente, mas a gente conseguiu criar um laço que não é fácil, porque às vezes é um trabalho tão esparso, a gente faz um aqui outro ali”.

“O Gui conseguiu juntar um elenco de pessoas incrível, inclusive eu sou muito grata, porque ele me deu a Rosa assim de presente, em um momento que eu não estava esperando, eu estava de férias, viajando com minha mãe, aí surgiu essa proposta para o filme, uma pessoa que trabalha comigo falou de mim para ele e ele assistiu um vídeo que foi uma apresentação teatral, com texto autoral meu, que foi minha conclusão da faculdade, e ele assistiu e me convidou para fazer a Rosa. Eu fiquei muito grata porque além dele ser um grande diretor, um cara extremamente profissional, um diretor prático em cena, um diretor que dá liberdade para o ator em cena. Apesar de ele ter me instruído e me falado mais da Rosa, ele me deu liberdade de poder encontrar ela em cena, pode criar e eu sou muito grata a ele por isso”.

O outro filme que você fez em 2020, que você mencionou, o Tração é um filme de corrida de motos, ele te ajudou de alguma maneira com Sistema Bruto por girar em torno de corrida de caminhonetes?

Não, um filme não tem nada a ver com o outro apesar de ter essa pegada de ação, inicialmente quando eu peguei o roteiro (de Sistema Bruto) eu até pensei nisso, mas conforme fui lendo o roteiro eu vi que uma personagem não tem nada a ver com a outra. A minha personagem em Tração, que é a Isadora, ela é totalmente diferente da Rosa, a unica coisa que tem similar é que as duas entendem de mecânica, mas é diferente, porque a Isadora quer correr, ela é uma corredora de motocross e a Rosa é mecânica e quer estudar engenharia mecânica, e ela quer trabalhar por trás, ela não quer correr, não tem essa necessidade de adrenalina”.

Qual você acha que foi seu maior desafio em Sistema Bruto?

“É engraçado porque quando você lê o roteiro você acha que é uma coisa tipo: ‘Talvez aqui eu tenha que trabalhar mais isso’, mas quando você vai para o set, acho que você se depara em cena com os verdadeiros desafios. Para a Rosa foi o sotaque, eu trabalho com uma fonoaudióloga já tem alguns anos, e eu não tenho aquele sotaque do interior, aquele ‘R’ puxado, as gírias sertanejas e rurais, então eu trabalhei com a fono para poder falar como a Rosa, se você reparar no filme a Rosa tem um sotaque que volta e meia você consegue ver que ela tem aquele sotaque do interior, puxado”.

“E depois, em cena, foi descobrir como essa personagem lida com essas emoções, porque quando a gente tá trabalhando sozinha é uma coisa, quando você chega em cena como no caso desse filme, que devido a pandemia a gente não teve uma preparação, a nossa preparação foi em cena. Então foi saber lidar com esses sentimentos, como isso afeta a Rosa, como esses sentimentos com a amiga dela afetam ela”.

“Foram esses desafios em cena, a princípio eu achei que seria esse novo universo, porque eu faço uma pesquisa muito grande, no meu trabalho como atriz eu gosto de fazer essa pesquisa antes de ir para o set: como a Rosa senta, como ela fala, como ela se veste, porque a caracterização é como um fechamento antes de entrar em cena, é a conclusão, e tudo isso eu faço, mas é na prática mesmo que se encontra os grandes desafios. Que aí eu fui construindo, mas como é essa relação dela com o namorado de anos, como isso afeta ela? Porque ela quer seguir, mas na verdade o que mais mexe com ela não é o relacionamento que ela vai deixar para trás, e sim a amizade, como é isso, e a família que não apoia ela que é tão distante da cabeça dela, mas ao mesmo tempo ela tem um pai presente, como é isso, então esses desafios em cena eu fui me deparando e fui tendo que descobrir por ali mesmo”.

Bruna Altieri e Bruna Viola posam juntas, caracterizadas como Rosa e Bruna, nos bastidores de Sistema Bruto
Bruna Altieri e Bruna Viola nos bastidores de Sistema Bruto (Reprodução Instagram)

Você falou que o centro familiar da Rosa é muito engraçado, ficou alguma história engraçada que você sempre vai lembrar quando pensar em Sistema Bruto?

“A gente criou tanta história, tem uma da família, será que eu posso falar, porque é uma cena hilária, vou contar por cima, para não dar spoiler, essa cena é de um jantar que a Maggie que é a minha madrasta (da Rosa), que é super fitness e tem essa personalidade mais fútil, faz um jantar especial, e acaba que a comida não vai parar só no estômago, ele tem também outros destinos, e os bastidores dessa cena foi muito engraçado, todo mundo saiu um pouco sujo da cena”.

Qual a sua expectativa para a reação do público ao Sistema Bruto?

“É muito alta, eu acho que é um filme leve, uma comédia de ação onde todo mundo vai poder se identificar um pouco, com certeza vai render boas risadas e eu garanto que o desfecho do filme é surpreendente”.

“Os personagens são muito fáceis de você criar uma empatia com eles, eu acho que cada um é muito peculiar, em cena são muito diferentes, mas são personagens muito verdadeiros, esse roteiro tem isso, uma sinceridade, por isso é tão fácil você rir com ele, por isso é tão fácil se identificar, mas de fato o final do filme é surpreendente”.

“A gente tá muito empolgado, até por essa volta, o cinema brasileiro vindo com força agora pós pandemia, então estou muito empolgada, quero muito saber a reação do público, porque uma coisa é a gente assistindo, outra coisa é as pessoas conhecendo a história pela primeira vez”

Sistema Bruto chega aos cinemas em 29 de setembro.

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