Enquanto a recém-lançada nova versão de Pinóquio, (que fez algumas modificações na história) tem sido bastante apreciada pelo público com momentos extremamente doces, a primeira, lançada em 1940 poderia ser qualificada facilmente como um conteúdo impróprio para crianças.
Apesar dos clássicos Disney serem conhecidos por terem conteúdos de contos de fadas feitos para fazer os pequenos sonharem acordados, a história do boneco de madeira que cria vida, tem momentos horripilantes o suficiente para provocar pesadelos.
Inicialmente a história começa bastante fofa, com o grilo falante contando a história, e Gepeto construindo com muito amor um fantoche de madeira que ele chama de Pinóquio, enquanto seu gato Fígaro e sua peixinha Cleo o assistem.
Porém depois de toda parte mágica em que Pinóquio ganha vida pela varinha da fada azul, graças a um pedido de seu “pai”, em seguida novos e sombrios personagens são inseridos, com a entrada na história da raposa João Honesto e Gideão, o Gato
A partir daí coisas meio pesadas para crianças como, comportamento abusivo, sequestro e até escravidão acontecem com o personagem principal, mostrando um retrato de algumas das coisas terríveis que podem acontecer com uma criança andando por aí sozinha.
Quando Pinóquio consegue escapar das mãos do terrível mestre de marionetes Stromboli e tudo parece que vai ficar bem, ele acaba caindo em uma cilada ainda maior, indo parar na Ilha dos Prazeres, novamente graças a manipulação de João Honesto e Gideão.
O que foi vendido a ele como uma viagem de férias, na realidade é uma grande armadilha, já que a ilha é usada pelo malvado cocheiro apenas para atrair crianças mal-educadas, que ele transforma em burrinhos para vender para trabalho escravo.
Como se apenas a ideia não fosse o suficiente para provocar os piores pesadelos em uma criança, ainda há assustadoras sombras “engolindo” burrinhos e a transformação do novo amigo de Pinóquio em burro, digna de estar em um filme de terror apenas para maiores de 18 anos.
Perto dos acontecimentos na Ilha dos Prazeres, Pinóquio e Gepeto serem engolidos pela baleia é uma cena até leve.
E o desenho animado poderia ter sido ainda mais sombrio se a Disney não tivesse feito uma grande alteração na personalidade de Pinóquio, que a única coisa errada que faz nas telas é mentir, e fora isso, é ingênuo e doce.
Acontece que o livro em que o longa foi inspirado mostra um Pinóquio detestável e mal-humorado, e malvado o suficiente para matar o grilo falante com um martelo e ter que ficar sendo aconselhado pelo fantasma do inseto depois disso.
Se a nova versão foi avaliada com classificação indicativa para 10 anos, imagina-se que a versão original talvez tivesse uma classificação ainda mais alta. Tanto a versão em desenho animado original, quanto a nova em live-action de Pinóquio estão disponíveis no Disney+.
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Gaúcha, formada em Jornalismo e Pedagogia, crocheteira,”mãe” da dog Katy, apaixonada por filmes e séries de gêneros variados e por escrever. Sou redatora do site E-Pipoca especialista em cultura pop, cinema, streaming e TV.
