Político do Reino Unido chama de blasfêmia James Bond ser uma mulher

Um parlamentar conservador do Reino Unido sugeriu que chamar mulheres para papéis que foram originalmente interpretados por homens os deixa sem modelo e os leva a cometer crimes. O discurso de Nick Fletcher de Doncaster no Dia Internacional do Homem viralizou nas redes sociais.

Um vídeo onde Fletcher aparece discursando no parlamento foi compartilhado no Twitter, confira:

“Em todos os lugares, não pelo menos na esfera cultural, parece haver um apelo de uma minúscula, mas muito vocal, minoria de que cada personagem masculino ou modelo deve ter uma substituição feminina”, declarou o político.

Fletcher também citou James Bond como parte deste suposto problema cultural que atinge os homens:

Jodie Whittaker
Jodie Whittaker em Doctor Who (Divulgação)

 “Basta olhar para as discussões em torno de quem fará o próximo James Bond. E não é apenas James Bond. Nos últimos anos, vimos Doctor Who, Ghostbusters, Luke Skywalker e The Equalizer, todos substituídos por mulheres, e os homens ficaram com os Krays e Tommy Shelby. Há alguma surpresa em estarmos vendo tantos jovens cometendo crimes?”.

O deputado se refere aos irmãos gêmeos Ronnie e Reggie Kray, que tiveram suas histórias de crimes transformadas em drama na TV e no cinema. Além disso, ele fala também do Thomas Shelby de Cillian Murphy em Peaky Blinders.

O discurso foi visto e compartilhado milhões de vezes. Muitos responderam com humor e até descrença. Um usuário do Twitter escreveu o seguinte:

“‘Por que essas mulheres estão fora da cozinha’ pergunta Tory MP * não exatamente as palavras que ele usou, mas mantendo o sentimento” . Outro usuário comentou o seguinte: “Sim, mas pense em todas as mulheres que seriam criminosas, mas agora estão em uma carreira viajando no tempo salvando o universo”.

Este outro perguntou como estes homens lidaram quando o cargo de Primeiro Ministro foi ocupado por uma mulher:

Depois que seu discurso viralizou, Fletcher fez mais uma declaração no Twitter:

“O ponto bastante sutil de que há cada vez menos modelos masculinos positivos para meninos foi quase imediatamente mal interpretado. Meu ponto era, na verdade, um ponto direto e de forma alguma vinculava o fato de a Dra. Who ser mulher ao crime cometido por homens”.

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