Som da Liberdade: Filme dá ingressos de graça para fingir sucesso e conquistar conservadores

Som da Liberdade se baseia nos feitos de uma organização real que resgata crianças.

O mês de julho de 2023 foi cercado de polêmicas, por um lado, havia a guerra entre Barbie e Oppenheimer, mas de outro lado, um filme independente chamou a atenção, principalmente dos conservadores.

Som da Liberdade (Sound of Freedom) conseguiu desbancar Indiana Jones e a Relíquia do Destino nos cinemas dos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que estava em várias rodas de conversas nas redes sociais enquanto não tinha estrado no Brasil.

Agora que o longa estreou em terras nacionais, ele continua chamando atenção, principalmente pelas polêmicas que o envolvem, como a conspiração QAnon e a distribuição de ingressos gratuitos para quem quer assistir o filme, levando que todos acreditem que ele é um sucesso comercial no Brasil, quando na verdade não é.

Sumário

  • Produção do filme e sucesso nos Estados Unidos
  • Controvérsias e associação com QAnon
  • Polêmicas no Brasil e parceria com a Brasil Paralelo

Produção do filme e sucesso nos Estados Unidos

Som da Liberdade é produzido pelo estúdio Angel, conhecido pela série The Chosen (disponível na Netflix e que narra a trajetória de Jesus Cristo de forma semelhante às novelas da Record TV).

O filme busca conscientizar o público sobre o tráfico sexual de crianças, trazendo como inspiração a Operação Underground Railroad liderada por Tim Ballard e protagonizado por Jim Caviezel.

A Operação Underground Railroad é uma organização especializada no resgate de crianças vítimas de tráfico humano e exploração sexual.

No entanto, mesmo com o sucesso nos Estados Unidos, onde arrecadou mais de US$ 200 milhões em todo o mundo e se tornou a produção independente mais bem-sucedida desde Parasita, a produção se envolveu em controvérsias relacionadas à teoria da conspiração QAnon e parcerias controversas.

Controvérsias e associação com QAnon

Som da Liberdade (Divulgação / Paris Filmes)
Som da Liberdade (Divulgação / Paris Filmes)

De acordo com O Globo, apesar de todo o sucesso, o filme foi associado à teoria da conspiração QAnon, que é muito popular entre a extrema direita nos Estados Unidos.

A teoria diz que progressistas controlam redes globais de tráfico sexual infantil, além de outras práticas absurdas. O diretor Alejandro Monteverde lamentou essa associação e afirmou que o filme foi concebido antes do surgimento do QAnon.

Além disso, Tim Ballard, o inspirador real da história e protagonista do filme interpretado por Jim Caviezel, também é uma figura controversa. Ele foi afastado da direção da ONG Operation Railroad Underground após acusações de importunação sexual.

Polêmicas no Brasil e parceria com a Brasil Paralelo

Ainda segundo O Globo, a produtora de Som da Liberdade gerou ainda mais controvérsias no Brasil ao firmar parceria com a Brasil Paralelo, plataforma conhecida por interpretações conservadoras, espalhar o negacionismo e teorias da conspiração.

Cada pessoa pode conseguir até oito ingressos por sessão e surge uma grande questão sobre quem está bancando isso. “Um anjo pagou adiantado para que você possa assistir a ‘Som da liberdade’ nos cinemas gratuitamente”, diz um comunicado da produtora.

Essa parceria levantou questionamentos sobre a imparcialidade da produção e suas intenções ao se juntar a uma plataforma com ideias controversas.

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Isso já aconteceu antes

Não é a primeira vez que distribuição de ingressos é usada para fingir o sucesso de um filme. Em 2018 estreou Nada a Perder, cinebiografia de Edir Macedo.

Segundo relatos, ingressos estavam sendo distribuídos em igrejas evangélicas, além de distribuição de brindes próximos às salas de cinema.

Essa distribuição de ingressos gerou uma falsa sensação de sucesso para o filme, mas nos momentos de exibição, as salas se encontravam vazias. Por exemplo, salas que comportavam cerca de 200 lugares, tinham apenas 40 pessoas.

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