A Netflix sabe que assinantes vão cancelar em massa quando a empresa instituir a cobrança pelo compartilhamento de senhas, e não se importa. Em uma declaração aos acionistas sobre os lucros da empresa (via Variety), o novo co-CEO Greg Peters admitiu que a plataforma está ciente de que a medida vai ter uma reação negativa no início.
“Esse não será um movimento universalmente popular. Vai haver uma reação de cancelamentos a isso.”
Como a empresa já perde mais de um bilhão e meio de dólares por ano por conta do compartilhamento, não parece ligar para as perdas. Ted Sarandos, o antigo CEO, já havia dito anteriormente que achava que assim como acontece com o aumento das mensalidades, as pessoas iam acabar aceitando:
“Vai ser algo bem parecido com quando aumentamos os preços das assinaturas. Os consumidores não vão amar aquilo de cara, mas se mostrarmos porquê isso aconteceu, eles vão entender o valor agregado àquilo.”
Por enquanto, ainda não se sabe exatamente como a Netflix vai limitar o compartilhamento, mas matérias anteriores sugeriram que a companhia pode rastrear endereços de IP, locais de login e atividade da conta.
Isso, obviamente, causa um problema em comprovar que não é o usuário, uma vez que as pessoas podem ver vídeos em seu celular de qualquer lugar, inclusive em transportes públicos.
“Vai ser popular”, diz porta-voz da Netflix
Para ‘facilitar’ a transição depois da proibição, a empresa já havia comunicado anteriormente ao público que criaria uma transferência de perfil entre contas, para que os ‘emprestadores’ pudessem continuar com o perfil assinando sozinhos.
“Nós chegamos em uma abordagem bem pensada para monetizar o compartilhamento de contas e nós começaremos a implementar isso de forma mais ampla no início de 2023. Depois de ouvir a resposta dos consumidores, nós vamos oferecer a habilidade de quem pega conta emprestado de transferir o perfil para uma conta própria. Além disso, para que quem divide possa gerenciar seus dispositivos mais fácil e criar ‘subcontas’ para membros extras”.
A Netflix já começou a incluir de 4 a 5 propagandas por hora em seus filmes e séries, em uma modalidade que está sendo chamada de básica e também limita a qualidade da imagem para 720p. No Brasil, a versão mais barata do streaming custa R$ 18,90.
“Em países onde temos nosso plano que suporta propagandas, nós esperamos que essa opção de transferência seja especialmente popular”, afirmou o representante da empresa.
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Gaúcho, graduado em Letras, apaixonado por drag e filmes e séries de terror.
