Penélope Cruz foi entrevistada durante o Festival de Cinema de Veneza, onde comentou o seu papel no novo filme de Pedro Almodóvar, Madres Paralelas.
A atriz exaltou a postura ética do cineasta nos sets de gravação, além de dizer que ele a deu segurança para aceitar uma personagem difícil.
“Ele pode me pedir para fazer algo que pode realmente me assustar, mas eu sei que ele estará lá”, disse ela ao atender a imprensa nesta terça-feira (31).
No longa, a atriz interpreta Janis, uma fotógrafa profissional de quase trinta anos cujo relacionamento com um antropólogo forense casado, Arturo (Israel Elejalde), resulta em gravidez.
Cruz e Almodóvar são colaboradores de longa data e ela cita o diretor como uma de suas inspirações para ingressar na carreira de atriz.
“Ele foi a razão pela qual comecei a trabalhar como atriz aos 16 anos quando assisti Ata-me!. Saí do cinema e decidi procurar um agente, fazer alguns castings e tentar trabalhar como atriz, ir para uma escola de teatro – tudo para que um dia eu esperasse poder trabalhar com ele ”.
O filme, que foi exibido na manhã da terça (31) para jornalistas durante o festival, foca na relação complicada entre Janis (Cruz) e Ana (Milena Smit).
As duas mulheres se conhecem em um quarto de hospital onde vão dar à luz. A partir da troca de experiências naquele momento delicado, as duas criam um vínculo, que será desenvolvido de maneiras inesperadas.
Janis é a mais velha das duas mulheres, e que, em uma espécie de narrativa paralela, está tentando abrir uma vala comum contendo os restos mortais de seu bisavô, que foi assassinado na guerra civil espanhola.
A guerra é um tema importante para Almodóvar neste filme, que afirmou que seu filme também é sobre ancestrais e descendentes. Por meio das relações entre as mulheres do longa, ele resgata a verdade do passado histórico e a intimidade dos seus personagens.
Outra personagem importante em Madres Paralelas é a própria mãe de Ana, uma mulher desprovida de instinto maternal e interpretada por Aitana Sánchez-Gijón.
“Agora estou interessado em mães imperfeitas, mães que vivenciam a complexidade e sofrem. As mães que retratei em meus filmes anteriores eram diferentes e inspiradas pelas mulheres poderosas que conheci em minha vida”, declarou Almodóvar.
Para Cruz, Madres Paralelas pode ser considerada “uma jornada avassaladora e um presente, que foi uma honra fazer parte de algo tão importante. ” Além disso, ela também falou sobre a longa história que ela compartilha com Almodóvar, dizendo:
“Eu me sinto a garota mais sortuda do mundo por poder trabalhar com ele por tantos anos … Ele me deu oportunidades incríveis, tantos personagens lindos e desafiadores – todos eles são tão diferentes uns dos outros e tão diferentes de mim.”
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