Diretor de Me Chame Pelo Seu Nome faz filme sobre canibalismo e responde se foi inspirado em ator

Luca Guadagnino garantiu que nem imaginava que seu filme poderia ser ligado às acusações de canibalismo

Conhecido por dirigir Me Chame pelo seu Nome, o diretor de cinema Luca Guadagnino acaba de divulgar seu novo trabalho, o filme de terror Bones & All, que imediatamente após ser anunciado começou a ser ligado a Armie Hammer, algo que o cineasta resolveu responder.

Acontece que o novo projeto de Guadagnino é baseado em um romance homônimo, de Camille DeAngelis, de 2015, que acompanha um jovem casal canibal que faz uma viagem pela América, o que rapidamente lembrou as pessoas das acusações contra Hammer de estupro e canibalismo.

Em uma recente entrevista para o site americano Deadline, o cineasta garantiu que seu novo filme não tem absolutamente nada a ver com o caso de Hammer, tanto que ele nem imaginou que as pessoas fossem fazer essa ligação.

“Não me dei conta. Percebi isso depois quando comecei a ver algumas dessas insinuações nas mídias sociais”, ele afirmou.

Timothée Chalamet e Armie Hammer em cena de Me Chame Pelo Seu Nome (2017) (Foto: Divulgação)

Para comprovar o que dizia, o diretor acrescentou que o projeto que originou Bones & All vem sendo criado desde muito antes dos escândalos envolvendo o astro de Me Chame pelo seu Nome e que não foi a parte do canibalismo que chamou mais sua atenção.

“Este projeto, que era um livro popular, estava em desenvolvimento há vários anos antes de Dave Kajganich me trazer em 2020. Respondi imediatamente a esses personagens que são desprivilegiados e vivem à margem da sociedade”, ele contou.

Guadagnino disse, ainda, que não se envolveria no assunto e chamou as insinuações que ligaram seu atual trabalho com o caso de suposto canibalismo de Hammer de muckraking digital (ação de buscar e divulgar informações escandalosas sobre pessoas famosas de forma dissimulada).

“Qualquer vínculo com qualquer outra coisa existe apenas no âmbito das mídias sociais, com as quais não me envolvo. A relação entre este tipo de muckraking digital e nosso desejo de fazer este filme é inexistente e deve ser recebida com um encolher de ombros. Prefiro falar sobre o que o filme tem a dizer, em vez de coisas que não têm nada a ver com isso”, ele ressaltou.

Taylor Russell e Timothée Chalamet em Bones & All (Reprodução)
Taylor Russell e Timothée Chalamet em Bones & All (Reprodução)

Ele finalizou a conversa apontando que o que pessoas que criam boatos sobre assuntos sérios, como a suposta inspiração de seu filme na história real de Hammer, fazem um desserviço para a sociedade, em especial para a causa da valorização da mulher.

“É também uma caricatura em relação à necessidade fundamental de novas atitudes em relação às maneiras como trabalhamos juntos e lidamos uns com os outros. As mulheres historicamente foram colocadas em uma posição menor pelo direito patriarcal, e é importante que essa injustiça seja abordada de forma construtiva para que traga mudanças reais. O muckraking das mídias sociais não aborda nada de forma construtiva, e a ideia de que essa luta profundamente importante pela igualdade pode ser mal direcionada dessa maneira é algo que me frustra muito. Não devemos diminuir essa coisa mais importante com esse muckraking”, ele concluiu.

Bones & All tem lançamento previsto para 23 de novembro

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