Crítica: Casamento em Família é um romance elegante e encantador, mas não passa de um conto de fadas

Um elenco premiado se reúne para viver uma trama linda, mas tradicional demais

Reunindo um elenco de peso, Casamento em Família prova que a união de artistas premiados nem sempre significa a filmagem de uma grande produção ou, muito menos, a concretização de um roteiro excepcional.

Pelo contrário, Casamento em Família é um verdadeiro filme para Sessão da Tarde. Leve de se assistir, o filme consegue boas arrancar boas gargalhadas da sua audiência, mas tem alguns sérios problemas.

Emma Roberts em Casamento em Família
Emma Roberts em Casamento em Família (Divulgação / Paris Filmes)

Com pouco mais de uma hora e meia de duração, o filme é uma clássica comédia romântica que nos leva para o coração de um relacionamento perfeito que, aparenta, viver a sua primeira grande crise.

Vividos por Emma Roberts e Luke Bracey, Michelle e Allen são a personalização do casal perfeito, o relacionamento espelho de Hollywood. Juntos há dois anos, Michelle acredita que está na hora de se casar com Allen, mas o rapaz não está confortável com a ideia.

Diane Keaton, Emma Roberts e Luke Bracey em Casamento em Família
Diane Keaton, Emma Roberts e Luke Bracey em Casamento em Família

Pressionando seu namorado, Michelle vende a ideia de um relacionamento perfeito, um ideal que ela sempre ouviu da sua mãe, Grace (Diane Keaton). Mas, ao mesmo tempo que tenta vender o “felizes para sempre”, o casamento de Grace e Howard (Richard Gere), está indo por agua abaixo.

Entre idas e vindas, o filme ainda explora a relação um tanto que conturbada dos pais de Michelle e Allen que, após uma vida inteira casados, estão questionando a sua relação.

Um verdadeiro conto de fadas

Susan Sarando, Emma Roberts, Luke Bracey e Diane Keaton em Casamento em Família
Susan Sarando, Emma Roberts, Luke Bracey e Diane Keaton em Casamento em Família (divulgação / Paris Filmes)

A premissa de Casamento em Família gira em torno de um relacionamento perfeito, no qual o amor sempre vence e todos vivem felizes para sempre.

A trama é recheada de diálogos e situações em que seus personagens devem, quase que por uma obrigação moral, “pular de um penhasco com seu companheiro.”

Infelizmente, no mundo real com uma nova geração que adentra a terceira década do milênio com um pensamento cada vez menos monogâmico, o filme soa fantasioso, fantasioso até demais.

Embora admita que casamentos passem por crises, o filme se apega a um pensamento que implica num casamento eterno do qual os personagens podem seguir qualquer direção, menos o caminho da separação.

Mas, o que chama a atenção em Casamento Perfeito é o apego a um certo tradicionalismo que implica em momentos e relações tóxicas. Essa visão faz com o que Casamento em Família romantize até mesmo incentivo a vivência num relacionamento insustentável.

Em mais de uma cena, por exemplo, a história trata as constantes brigas (verbais) de seus casais como algo positivo.

Elenco, um grande Elenco!

Mas ainda que sua história beire o irreal (algo que parece ser justamente a proposta de Michael Jacobs), Casamento em Família conquista justamente pela atuação do seu elenco.

Além de Emma Roberts e Luke Bracey, o filme também conta com o trabalho de Diane Keaton, Richard Gere, Susan Sarandon e William H. Macy, todos artistas premiados.

Vivendo os pais do casal protagonista, Keaton, Gere, Sarandon e Macy trazem uma sensação (irônica) de paz para todo o caos causando pelos seus complicados casamentos.

Assim, levando todos esses detalhes em consideração, Casamento em Família é um filme para assistir sem maiores pretensões, para aliviar o peso do dia, sem o objetivo de fazer grandes reflexões, e dar algumas boas risadas.

Casamento em Família chega aos cinemas no dia 23 de fevereiro.

E nosso veredicto de Balde de Pipoca foi:

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