Autor diz que ‘mundo mudado’ foi motivo de Dexter: New Blood ter protagonista mulher

O mundo mudou desde que Dexter deixou as telas do canal Showtime em 2013. É por esse motivo que a minissérie Dexter: New Blood contará com uma protagonista mulher.

Mesmo tendo Michael C. Hall de volta com o personagem-título, grande parte da narrativa girará em torno de Angela (Julia Jones). Ela, que tem um romance com Dexter é a primeira negra a ser promovida chefe do departamento de polícia da cidade, além de ser mãe solo.

Segundo o showrunner Clyde Phillips, que foi produtor de Dexter nas três primeiras temporadas, assim que ele foi chamado pelo Showtime, ele sabia que precisava mudar a forma como apresentar os personagens ao público.

Ele disse que mesmo tendo começado a escrever e desenvolver o novo projeto num universo pré-pandemia, tudo já estava complicado devido ao movimento #MeToo, e ao cenário conturbado político nos Estados Unidos e no mundo.

Phillips explicou numa entrevista para a revista Variety que o relacionamento com sua filha de 24 anos foi a inspiração que ele precisava para lidar com as novas personagens femininas: Angela e sua filha adolescente.

“Tenho uma filha de 24 anos e aproveito muito a minha experiência com ela. Eu queria personificar uma mulher moderna em circunstâncias difíceis. A personagem de Angela está um pouco em desacordo com sua nação porque ela está no mundo branco tanto quanto está no mundo nativo. Ela também tem um caso enorme que ela suspeita ser real que ninguém mais acredita, mas ela não desiste”.

Mas ele não fez isso sozinho. Dexter: New Blood contratou uma consultora para entender melhor a mente da mulher negra. Além disso, o showrunner sabia que precisava tocar em outros pontos, como incorporar o filho agora adolescente de Dexter, Harrison (Jack Alcott), para continuar o tema de pais e filhos que a série começou há uma década e meia atrás com Dexter e seu adotivo pai, Harry (James Remar).

Michael C. Hall e Jennifer Carpenter são Dexter e Deb Morgan em Dexter: New Blood (Divulgação/Showtime)
Michael C. Hall e Jennifer Carpenter são Dexter e Deb Morgan em Dexter: New Blood (Divulgação/Showtime)

Ele falou ainda sobre a presença de Debra (Jennifer Carpenter), morta no episódio final da primeira série, que agirá como a consciência de Dexter.

“A personagem Deb representa sua consciência – aquela parte do seu cérebro, por maior ou pequena que seja, é aquele ponto de interrogação em sua cabeça que está sempre lá. Tem um momento que Harrison pergunta a seu pai se ele alguma vez pensa em Debra, e ela está ali, embora Harrison não possa vê-la, e Dexter diz: ‘Ela está em meus pensamentos todos os dias’”.

Dexter: New Blood estreia nos Estados Unidos no dia 7 de novembro. Aqui no Brasil, a série não foi anunciada por nenhum canal de TV ou streaming.

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