A Idade Dourada: Atriz fala sobre evidenciar a existência do branqueamento de personagens

Quando assumiu o papel de Peggy Scott em a A Idade Dourada, Denée Benton tinha como objetivo dar vida a uma uma autêntica mulher negra daquela época, mas que lutasse contra o racismo e o machismo e ela mostrou no episódio mais recente que está cumprindo com sua meta.

O 3º episódio da série, inserido no catálogo da HBO Max na última segunda-feira (14), mostrou Peggy recebendo a sugestão da editora da revista The Christian Advocate de mudar a raça da personagem principal de seu conto, e negando o pedido.

Em uma recente entrevista ao site americano IndieWire, a atriz revelou que por pouco a série não contou um fim diferente para essa cena, já que foram feitas diversas versões para aquela situação, mas optou-se pela mais desafiadora.

“Com esse enredo em particular, o objetivo, obviamente, era que ela fosse sempre publicada, mas mudou com todo o discurso e feedback. Originalmente, havia versões diferentes onde Peggy disse que sim. Havia outras versões em que Peggy escreve com o nome de Marian. Uma das grandes coisas pelas quais eu era tão grato – Dr. Dunbar e eu – perguntamos: ‘Por que Peggy não pode escrever para uma publicação negra?’”, ela revelou.

Denée Benton como Peggy Scott em A Idade Dourada (Divulgação)

Ela prosseguiu destacando que achou importante evidenciar a existência do branqueamento de personagens já naquela época, e que achou ainda mais mostrar um final diferente do que normalmente acontecia em ocasiões assim.

“Muitos escritores negros tiveram que fazer essa escolha terrível e também há muitos que não fizeram porque tínhamos nossas próprias publicações e tínhamos nossos próprios espaços. Esse foi um daqueles processos colaborativos em que realmente defendemos, vamos mostrar uma história diferente. Vamos mostrar que podemos abrir um mundo totalmente diferente através desta história”, ela salientou.

Benton comentou ainda sobre sua personagem ter apontado não só o racismo, mas o machismo do pedido da editora da revista.

“Minha frase favorita é Peggy dizendo que nenhum escritor branco teria que fazer a escolha que você está me pedindo para fazer. A humanidade que eu também amo sobre esse enredo é que logo depois vemos Peggy começar a duvidar de si mesma, como todos nós passamos. ‘Eu não deveria ter dito nada? Devia pegar o cheque?’ É tão humano”, ela ressaltou.

A Idade Dourada está sendo transmitida pela HBO Max, com adição de novos episódios nas segundas-feiras.

O que você achou? Siga @siteepipoca no Instagram para ver mais e deixar seu comentário clicando aqui.

Veja mais ›