A Filha Perdida | Filme é sobre coisas que “homens não conseguem entender”, diz diretora

Maggie Gyllenhaal, diretora de A Filha Perdida, diz que o filme fala sobre coisas que precisavam de uma mulher no comando para serem bem retratadas nas telinhas.

O drama é a adaptação de um romance de Elena Ferrante do mesmo nome, e foi a estreia da artista atrás das câmeras em vez de na frente delas.

O filme conta a história de Leda (Olivia Colman), uma mulher de meia idade que tem os fantasmas do passado ressuscitados quando conhece uma jovem durante suas férias.

Em bate-papo com o Deadline, Maggie disse que o filme mostra algumas coisas que são tabus sobre ser mãe e pai.

Além disso, a diretora também ressaltou que acha que muito mais que maternidade, o filme mostra os conflitos que o sexo feminino em geral enfrenta. Por causa disso, na opinião dela, era tão importante ter uma mulher na cadeira de diretor:

“Bem, é que não é só sobre ser mãe. Eu acho que é sobre todos os tipos de coisas sobre ser uma mulher no mundo. São coisas que, mesmo o homem mais interessado, curioso e talentoso não poderia entender. Eu tenho para mim que mulheres fazem filmes de maneira diferente que homens. Mesmo nas pequenas coisas.”

Hollywood ama um filme de “mulher louca”, diz diretora

Cena de A Filha Perdida (Divulgação/Netflix)
Cena de A Filha Perdida (Divulgação/Netflix)

Maggie também salienta como um dos grandes objetivos com o filme foi retratar os conflitos femininos sem tachar a protagonista do filme de “doida”. Segundo a diretora, Hollywood como um todo tem uma fixação sem explicação sobre o tema, mas que é fruto do machismo e da caixinha em que mulheres são colocadas:

“Porque se ela está fora da curva… o mais importante é que ela não fosse louca. Primeiro de tudo, existe uma tradição toda de filmes fascinantes, excelentemente feitos sobre mulheres doidas. É como se fosse pornô ou algo assim. As pessoas amam ver mulheres poderosas e inteligentes fazendo papel de loucas. […] Nós sempre ouvimos que se tivermos qualquer sentimento fora daquele espectro minúsculo do que é aceitável, que nós somos loucas ou doentes, que estamos fora da casinha. Quando na verdade, eu acho que o espectro do que é normal, em termos de maternidade, mas em termos de tudo, desejo e vida intelectual e artística, é muito maior.”

A Filha Perdida está disponível na Netflix.

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