Violência policial é retratada em série, e atriz negra comemora: “luta”

Coletiva com elenco também contou com Humberto Carrão falando sobre interpretar Caco Barcellos nas telas

Poucos antes dias de sua estreia no Globoplay, o true crime Rota 66 – A Polícia que Mata uniu seu elenco e o autor do livro do qual a história foi adaptada, Caco Barcellos, em uma coletiva para promover a série.

Naruna Costa ressaltou a diversidade na produção. A atriz, que interpreta Anabela, familiar de uma das muitas vítimas da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), se destaca no programa por mostrar de maneira muito realista como ficavam as famílias das pessoas mortas pelos policiais da tropa de elite.

“Anabela é a tradução dessa força, tem a vida devastada pela violência policial. A trajetória dela está para além do luto e é marcada pela luta”, ele ressaltou sobre sua personagem.

Ailton Graça dá vida ao sargento Homero Gama em Rota 66 – A Polícia que Mata (Divulgação/Globoplay)

Naruma também destacou a importância de fazer parte da representatividade do elenco da série, assim como da oportunidade de ser uma mulher negra representando uma parte tão importante da história que está sendo contada.

“Mais do que pensar em representar a Anabela, penso na representatividade, até porque minha figura como artista carrega isso e somos tão poucas ainda. O racismo estrutural é tão grande e é tão fácil enxergar isso na produção audiovisual. As oportunidades são muito específicas e a chance de poder contar essas histórias a partir de um corpo preto é muito importante, visceral e que não me assusta, não”, ela afirmou.

Também presente na coletiva, Humberto Carrão falou sobre o peso de dar vida a um profissional tão reconhecido como Caco Barcellos, garantindo que ele não quis interpretar uma cópia do jornalista.

“Essa profissão (de ator) é muito bonita, você poder dar vida a uma pessoa que admira. Em momento algum quis imitar o Caco, essa não era a preocupação da caracterização. Vi muitos programas com ele de diferentes épocas e isso tudo foi criando um caldo de referências, que inclui a referência afetiva, mas eu não senti um peso. Construímos um Caco parecido com o Caco original”, ele explicou.

O ator Humberto Carrão aparece com um microfone na mão caracterizado como Caco Barcelos em cena de Rota 66 - A Polícia que Mata
Humberto Carrão é Caco Barcelos em Rota 66 – A Polícia que Mata (Divulgação Globoplay)

Barcellos, por sua vez, comentou como ele pareceu prever que um dia sua história seria transformada em uma obra de dramaturgia.

“Quando estava escrevendo, lembro que pensei muitas vezes em um roteiro de cinema, em cenas de ação para o audiovisual. Ao acompanhar a produção da série, me emocionei várias vezes”, ele admitiu.

Os quatro primeiros episódios de Rota 66 – A Polícia Que Mata já estão disponíveis no Globoplay, novos episódios serão adicionados em dupla semanalmente.

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