Missa da Meia-Noite | Série pegou vampiro de Stephen King emprestado

Dirigida por Mike Flanagan, a série se inspirou no Rei do Horror

A minissérie de terror da Netflix, Missa da Meia-Noite, se inspirou bastante no autor Stephen King, especialmente em seu romance A Hora do Vampiro, que já foi adaptado para o cinema.

Dirigida por Mike Flanagan, a série recebeu críticas bastantes positivas pela forma como contou a história de uma pequena comunidade insular, envolvida em uma ameaça sobrenatural combinada com comentários ponderados sobre religião, fé e terror.

O roteiro de Missa da Meia-Noite deixa claro que pegou emprestado alguns elementos de Stephen King, como na forma de abordar a hipocrisia religiosa do vilão e o foco em família, que são características marcantes do trabalho de King.

Cena de Missa da Meia-Noite (Reprodução)
Cena de Missa da Meia-Noite (Reprodução)

Referências marcantes

Um dos personagens mais assustadores é o vampiro que não fala nada, já que ele parece animalesco o suficiente para falar, e é tratado como um mensageiro de Deus.

A figura, para quem conhece a referência, foi inspirada na adaptação de A Hora do Vampiro para a TV, dirigida por Tobe Hooper. Na época, o produtor Richard Kobrtiz insistiu que um vilão vampiro mudo manteria o monstro menos humano.

Cena de Salem's Lot (Reprodução YouTube)
Cena de A História do Vampiro (Reprodução / YouTube)

Em A Hora do Vampiro, essa escolha serviu para redefinir como os espectadores esperavam que os vampiros se parecessem e agissem, enquanto em Missa da Meia-Noite, a decisão foi usada para dar ainda mais destaque à mensagem do programa sobre a religião.

Na história de Flanagan, o padre da comunidade acreditava cegamente que o vampiro era uma espécie de anjo divino, incapaz de comunicação verbal porque ele era um mensageiro de Deus.

Com isso, o enredo consegue contrastar as alegações ilusórias do padre de que o vampiro é uma figura de luz e esperança mesmo com aquela aparência arrepiante e seu comportamento assassino.

Um vampiro capaz de falar teria mudado o objetivo da narrativa, pois seria capaz de encantar os membros da comunidade pela força de sua personalidade, independentemente de sua aparência.

Dra. Sarah Gunning (Annabeth Gish), Padre Paul (Hamish Linklater) e Bev Keane (Samantha Sloyan) em Missa da Meia-Noite
Dra. Sarah Gunning (Annabeth Gish), Padre Paul (Hamish Linklater) e Bev Keane (Samantha Sloyan) em Missa da Meia-Noite (Midnight Mass) (Eike Schroter/ Netflix)

Ao usar o personagem para essa finalidade, a minissérie revisita os vampiros mudos do livro para sustentar o argumento de como os líderes religiosos hipócritas conseguem ocultar o mal descaradamente perigoso com promessas nobres sobre a divindade.

Com isso, ao invés de querer lançar a referência por si só, a série conseguiu pegar o conceito dos vampiros da adaptação clássica de Stephen King e dar ao silêncio deles um novo significado metafórico.

Missa da Meia-Noite está disponível no catálogo da Netflix.

O que você achou? Siga @siteepipoca no Instagram para ver mais e deixar seu comentário clicando aqui.

Veja mais ›