Jackie Fuchs reage escândalo envolvendo Bob Dylan: “privilégios excepcionais”

Escândalos na indústria do entretenimento não são nenhuma novidade. Atualmente, o astro Bob Dylan enfrenta um processo por, supostamente, ter abusado de uma garota de 12 anos, em 1965, o que acabou trazendo à tona outros escândalos.

Ouvida pelo New York Post, Jackie Fuchs, a ex-baixista da banda adolescente The Runaways, dos anos 70, não economizou palavras para dizer como as grandes estrelas do rock são privilegiadas e abusivas.

“Essas [estrelas do rock] têm privilégios excepcionais e estão acostumadas a conseguir o que querem – quando querem.”, disse ela.

Ela chegou a dizer que a sensação de privilégio pode muitas vezes se estender a práticas sexuais com menores vulneráveis e pessoas que não estão na idade de consentimento.

“Eles veem uma garota bonita e pensam ‘eu preciso que isso aconteça’ porque todas as suas necessidades são satisfeitas. Eles se sentem atraídos por sua inocência e é fácil, pois eles não serão desafiados. Eles terão o prazer deles e não terão nenhuma exigência sobre eles.”, disse a artista que agora tem 61 anos de idade.

Jackie Fuchs (Reprodução YouTube)
Jackie Fuchs (Reprodução / YouTube)

Em 2015, ela alegou que foi estuprada aos 16 anos pelo empresário da banda, Kim Fowley, agora já falecido, e ainda revelou que existe exploração também de jovens fãs.

“Eles podem estar no meio do nada às 3 da manhã, então dizem a alguém que eles estão com vontade de comer uma pizza de Nova York e espera-se que a pessoa faça isso acontecer”, disse Fuchs sobre o abuso de grandes nomes do entretenimento.

A respeito do processo envolvendo o nome de Bob Dylan, Fuchs observou que, mesmo não sendo comprovadas, as supostas ações do cantor chamam atenção para esse aspecto doentio da cena musical e do entretenimento como um todo.

Ela até chegou a elogiar a acusadora do artista por se manifestar mesmo depois de longos 56 anos, graças à recente Lei de Vítimas Infantis, promulgada em 2019 em Nova Iorque.

A lei permite que sobreviventes de agressão sexual com reivindicações antigas que passaram pelo estatuto de limitações tomem medidas legais e, com sorte, consigam algum desfecho para o caso.

Ela também chamou atenção para o mal costume de sempre colocarem a culpa na vítima ou de envergonhá-la pelo fato de buscar justiça.

“Você pode ser atingido por estrelas e influenciado pelo carisma, o que provavelmente levou [o músico de rock] à fama em primeiro lugar, mas você também tem o direito de dizer não [ao sexo]. Quando alguém é menor de idade, ele pode não ter tido maturidade emocional para saber que pode dizer ‘pare’.”, disse ela.

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