Idris Elba ofereceu sua perspectiva sobre como é tratado como uma pessoa preta em Hollywood e afirma que tenta dar menos importância para sua cor do que a mídia.
Em uma entrevista que concedeu para a revista Esquire, o ator disse que está exercitando não seguir a imprensa e se denominar apenas como preto. “Eu parei de me descrever como um ator preto quando me dei conta de que isso me colocava dentro de uma caixinha”, explicou ele.
“Essa obsessão [com raça] pode prejudicar de verdade os sonhos das pessoas e o seu crescimento. O racismo certamente deve ser um tópico para discussão, o racismo é uma coisa bem real. No entanto da minha perspectiva, ele só tem o poder que você permitir.”
Idris chamou atenção para o fato de que, por mais que sofra racismo, a experiência dele como ator não é diferente como ator preto do que seria como branco. Ele também confessou que não gosta desta noção de “primeira pessoa preta a fazer x”:
“Conforme você vai se tornando mais bem-sucedido, as pessoas começam a te perguntar como é ser a primeira pessoa preta fazer isso ou aquilo. Bem, é a mesma coisa que seria se eu fosse branco, é a primeira vez pra mim. Eu não quero ser o primeiro preto. Eu quero ser o primeiro Idris.”
Pessoas pretas e brancas podem se inspirar com sua trajetória, afirmou Idris Elba
Idris afirmou que colocar artistas não-brancos nessa caixinha do ‘pioneirismo’ causa uma divisão que ele afirma não contribuir para a luta contra o racismo. Mesmo sendo um ator preto que foi o primeiro para muitas coisas, ele acha que qualquer pessoa, indiferentemente de sua raça, pode se espelhar em sua história:
“Eu estou ciente de que, em muitos casos, eu posso ser o primeiro como eu a fazer alguma coisa, e isso é muito bom, poder deixar isso como parte do meu legado. Desta forma, outras pessoas, crianças pretas, mas também crianças brancas que cresceram nas mesmas circunstâncias que eu, podem ver que teve uma criança que veio do mesmo lugar que elas que acabou fazendo que eu faço. É algo possível.”
“Eu não me tornei um ator porque eu queria ver pessoas pretas nessa carreira, ou queria mudar as coisas como elas eram. Eu fiz porque eu achei que era uma profissão ótima e porque eu achava que eu faria um bom trabalho nela”, afirmou.
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Gaúcho, graduado em Letras, apaixonado por drag e filmes e séries de terror.
