Yvie Oddly rasgou o verbo e desabafou sobre sua experiência em RuPaul’s Drag Race: All Stars, Edição das Vencedoras, e de como se sentiu diminuída e usada.
A drag queen concedeu uma entrevista ao site Them e admitiu que achava que o conteúdo exibido na recente temporada do reality show era desonesto e não refletia o que aconteceu nos sets.
“Eu queria de verdade que vocês pudessem ver pelo menos um quarto da jornada REAL que a gente experimentou juntas, em vez de toda aquela merda de estratégia”, admitiu a queen.
“Para falar a verdade, a minha experiência foi bem ruim no início. E mesmo que eles te garantam que ‘nada disso vai aparecer na edição’, não muda o fato de que na hora foi dito.”
De acordo com Yvie, embora não apareçam na edição final da temporada, os jurados tinha críticas negativas sobre as participantes sim, e que o clima de ‘todo mundo é maravilhoso’ que a edição sugeria não era real, pelo menos para ela:
“Literalmente de largada, da primeira semana, eu já estava recebendo comentários dos jurados como: ‘Ah, isso é seu corpo de menino’, ’Oh, você está usando cabelo pequeno’, ‘Eu não entendo o que você está fazendo’, ‘Eu não curto seu estilo’.”
A queen disse que as críticas à sua aparência alternativa a afetaram durante a competição, e que ela achava que isso seria mostrado no programa. No lugar disso, desabafou, ela foi retratada como a drag com Síndrome de Ehlers-Danlos que era corajosa por continuar ousando pisar nos palcos:
“Em vez de mostrar qualquer parte deste conflito, ou qualquer motivo para estar participando do programa, eu fui lobotomizada e apresentada como uma espécie de mascote pateta de piroca grande, rindo corajosamente enquanto sofro com minha doença crônica, feliz por apenas estar lá.”
“Drag é mais que isso”, afirma Yvie

A edição frustrou muito Yvie, que admitiu na entrevista que preferia sua temporada original, mesmo com todos os conflitos e brigas. Para ela, sua drag foi usada pelo programa como um token da drag estranha, que ela sentia ser uma reciclagem de sua trajetória original na franquia:
“Eu acho que a gente já tinha estabelecido que eu era estranha… Que eu iria fazer a entrega que me trouxe para este ponto, que não é aquela mulher curvilínea e aquela fantasia que vocês estão sempre procurando.”
“Drag é muito mais do que isso, não só pra mim, pra mais pra muitas das pessoas que eu tive a chance de conhecer pelo mundo”, concluiu.
RuPaul’s Drag Race, RuPaul’s Drag Race All Stars e todas as suas versões internacionais estão disponíveis em streaming no Brasil através do WOW Presents Plus.
O que você achou? Siga @siteepipoca no Instagram para ver mais e deixar seu comentário clicando aqui.
Gaúcho, graduado em Letras, apaixonado por drag e filmes e séries de terror.