Crítica: Blue Jean retrata o medo de ser lésbica em um mundo preconceituoso

Filme é a história comovente de uma mulher que briga consigo mesma para se encaixar em uma sociedade que não a aceita

Estreia nesta quinta-feira (27), nos cinemas brasileiros o filme Blue Jean, que recebeu elogios, reconhecimento e prêmios e eventos de cinema como o Festival Filmelier, Festival de Cinema de Veneza, British Independent Film Award e BAFTA.

A trama acontece no ano de 1988 no Reino Unido, durante o governo da primeira ministra conservadora Margaret Thatcher e a uma campanha contra as pessoas LGBTQ+. Jean é uma professora de educação física lésbica que leva um vida dupla por medo do preconceito.

O site E-Pipoca teve a oportunidade de assistir a Blue Jean, confira a seguir a crítica sobre o filme dirigido por Georgia Oakley.

Preconceito por toda parte

Cena de Blue Jean (Divulgação / Synapse)
Cena de Blue Jean (Divulgação / Synapse)

Blue Jean consegue transmitir toda a tensão que é ser alguém LGBTQ+ em uma época muito mais intolerante e conservadora do que hoje.

Jean (Rosy McEwen) não consegue viver plenamente seu romance por conta das pressões sociais, e isso se agrava em seu ambiente de trabalho, onde ela deve evitar certas conversas por medo de perder emprego.

E esse preconceito se estende também para a família de Jean, onde é perceptível a tensão durante um almoço, onde claramente a irmã dela e o marido temem que a protagonista possa “contaminar” o filho deles com homossexualidade.

Preocupada com a futura geração

Jean (Rosy McEwen) em Blue Jean (Divulgação / Synapse)
Jean (Rosy McEwen) em Blue Jean (Divulgação / Synapse)

Contudo, Jean não tem que proteger sua própria vida. A situação se complica quando a professora de educação física descobre que uma de suas alunas também é lésbica.

Isso faz Jean entrar em contradição consigo mesma, onde por um lado ela quer que a garota viva sua vida plenamente, mas ao mesmo tempo quer protegê-la dos horrores do preconceito.

Isso transforma a vida de Jean, que apesar de isolada na escola, ela conseguia viver sua vida sem medo. Entrar na vida aluna leva a protagonista para uma jornada de autoconhecimento.

Ela começa a ter mais medo do mundo ao seu redor, o que atrapalha ainda mais sua vida profissional, onde ela teme perder seu emprego por ser lésbica, mas também a parte amorosa e pessoal.

Blue Jean promove reflexão

O público LGBTQ+ pode facilmente se conectar com a história de Jean, pois conta de forma sem censura como é difícil a vida de uma minoria em meio a um mundo preconceituoso.

Mas Blue Jean não é só drama, o longa metragem também mostra que as lésbicas se apoiam e criaram uma forma de garantir que outras tenham uma vida com um mínimo de dignidade.

O filme se mostra indispensável também para heterossexuais, para refletirem a respeito de seus privilégios e a dificuldade e o medo de ser homossexual.

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E nosso veredicto de Balde de Pipoca foi:

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