Till: A Busca por Justiça | Atriz perde vaga no Oscar e alega racismo

Brancos da Academia estão perpetuando a exclusão de negros em categorias importantes da premiação, afirma

Danielle Deadwyler desabafou sobre como o racismo sistêmico ainda afeta a carreira de pessoas negras em Hollywood, depois de ser esnobada pelo Oscar 2023.

A atriz participou de um episódio do podcast Kermode & Mayo’s Take, e durante o bate-papo ela comentou sobre como sua não-indicação surpreendeu muita gente.

A performance de Danielle como papel principal de Till: A Busca por Justiça foi prevista por muitos especialistas de cinema como uma das cotadas para o prêmio de Melhor Atriz.

Em seu perfil nas redes sociais, a diretora Chinonye Chukwu desabafou sobre o acontecido, e apontou que, das cinco indicadas, quatro são brancas. Segundo ela, as indicações são um claro exemplo de como a Academia privilegia a manutenção da branquitude como o esperado na sociedade:

“Estamos vivendo em um mundo e mercado de trabalho que são agressivamente comprometidos em manter a branquitude como padrão e perpetuar essa misoginia descarada em relação a mulheres negras.”

Danielle Deadwyler é Mamie Till-Mobley em Till: A Busca por Justiça (Divulgação)
Danielle Deadwyler é Mamie Till-Mobley em Till: A Busca por Justiça (Divulgação)

Deadwyler complementou a ideia da cineasta durante seu bate-papo no podcast, onde usou a expressão ‘misogynoir’, usada para definir a misoginia apontada especificamente para mulheres pretas:

“Nós estamos falando de pessoas que talvez tenham escolhido não assistir ao filme. Estamos falando sobre misogynoir, e isso aparece de muitas formas, seja direta ou indiretamente. Sempre impacta em como nós somos.”

Danielle explicou que não quer comprar briga, mas sim chamar a atenção de pessoas que talvez não tenham se dado conta de como as pessoas brancas tem privilégios para que mudem de atitude.

“Essa discussão tem mais por objetivo as pessoas que vivem na branquitude, para que pessoas brancas observem o que os espaços onde eles são privilegiados estão fazendo”, afirmou.

Diretora de A Mulher Rei também detona Oscar 2023: “Um soco no estômago”

Gina Prince-Bythewood, diretora de A Mulher Rei, também está arrasada com a falta de indicações de seu filme. Nem mesmo Viola Davis, uma superestrela da indústria, recebeu uma menção.

Viola Davis como Nanisca em A Mulher Rei (Reprodução / Sony)
Viola Davis como Nanisca em A Mulher Rei (Reprodução / Sony)

“Fui pega de surpresa por membros da Academia que acharam que era algum tipo de elogio me contar que tiveram de ser arrastados até a exibição, porque achavam que não era um longa voltado para eles. Ouvir isso várias vezes foi um soco no estômago”, contou a cineasta.

“Eu sou produtora de um filme, e aí os executivos exigem que o diretor seja um preto vencedor do Oscar. Isso soa incrível, mas quem poderia ocupar essa função? Em 95 anos de Oscar, nenhum cineasta preto venceu o troféu de melhor direção. Nenhuma mulher preta foi sequer indicada.”

Till: A Busca por Justiça está em cartaz em cinemas por todo o Brasil.

O que você achou? Siga @siteepipoca no Instagram para ver mais e deixar seu comentário clicando aqui.

Veja mais ›