Crítica: Blecaute mira no apocalipse, mas se torna um filme escape room

Novo filme de Bem McPherson prometeu caos e um apocalipse tecnológico, mas falha miseravelmente e se parece mais uma trama de horror

Com os streamings dominando o mundo do cinema, se tornou cada vez mais comum o lançamento de produções de baixo custo, marcadas pela simplicidade no seu roteiro e na sua montagem.

Porém, um filme barato não é necessariamente ruim e Hollywood já tem alguns exemplos de produções incrivelmente baratas, com atores desconhecidos, mas ainda assim agradáveis, que se tornaram o maior o sucesso, como Atividade Paranormal (2007).

Brighton Sharbino como Reese e Dominic Monaghan como Chris em Blecaute em Blecaute
Brighton Sharbino como Reese e Dominic Monaghan como Chris em Blecaute em Blecaute (Divulgação / Synapse Distribution)

Infelizmente, esse não o caso de Blecaute (Radioflash), o mais novo filme do diretor Bem McPherson que não soube aproveitar um elenco com Dominic Monaghan (O Senhor dos Anéis), Brighton Sharbino (The Walking Dead) e Will Patton (Halloween Kills), jogando um pomposo orçamento no ralo.

O blecaute e uma sociedade em colapso

Baseando-se numa atmosfera de “fim do mundo”, a nova produção promete explorar os efeitos de EPM (pulso eletromagnético) que deixa grande parte dos Estados Unidos sem eletricidade. Em seus primeiros minutos, o filme deixa claro que sem energia a sociedade atual entra em colapso.

Brighton Sharbino como Reese e Dominic Monaghan como Chris em Blecaute em Blecaute
Brighton Sharbino como Reese e Dominic Monaghan como Chris em Blecaute em Blecaute (Divulgação / Synapse Distribution)

Nada funciona, não há sinal de celular, a internet está fora do ar, não há água potável, refrigeradores descongelam, o dinheiro em bancos não pode ser acessado, subitamente a sociedade voltaria para o século XIX e a barbárie tomaria conta das grandes cidades.

Seguindo essa premissa (Já explorada na série Revolution, de 2012), logo após o evento que queima todos os aparelhos eletrônicos da costa Oeste americana, Reese (Sharbino) descobre um antigo rádio e se comunica com o seu avô, que já está ciente do estrago causado na rede elétrica.

Will Patton como Frank em Blecaute
Will Patton como Frank em Blecaute (Divulgação / Synapse Distribution)

Temendo pelo colapso da grande cidade, Frank (Patton) implora para que Resse e seu pai, Chris (Monaghan), corram para as montanhas, onde ele possui um estoque de comida e medicamentos.

Porém, no meio do caminho, pai e filha sofrem um acidente e o filme ainda nos seus primeiros 30 minutos, perde o seu rumo. O roteiro agora parece deixar o gênero de ficção para trás e assume uma história de horror e suspense.

Blecaute ou Escape Room?

Brighton Sharbino como Reese em Blecaute em Blecaute
Brighton Sharbino como Reese em Blecaute (Divulgação / Synapse Distribution)

O que deveria ser uma trama de sobrevivência, numa sociedade que perdeu o básico para viver, se tornou uma história de caça ao rato, lembrando a famigerada franquia de Escape Room.

Em um dado momento da história, não muito depois do acidente, Reese acaba sendo sequestrada por um gângster que rouba o seu trailer. O bandido, porém, é morto por um ‘caipira’ que encontra a garota e leva para sua casa.

Brighton Sharbino como Reese em Blecaute em Blecaute
Brighton Sharbino como Reese em Blecaute em Blecaute (Divulgação / Synapse Distribution)

Coagida pela família local, Reese nega se manter no local e acaba sendo presa num quartinho dos fundos, onde fica por dias e tenta escapar diversas vezes.

A garota finalmente consegue fugir para a floresta, quando o filho do seu sequestrador lhe ajuda. Mas, eles são descobertos e correm mata adentro, enquanto um homem louco lhes persegue com uma espingarda.

Brighton Sharbino como Reese em Blecaute em Blecaute
Brighton Sharbino como Reese em Blecaute em Blecaute (Divulgação / Synapse Distribution)

Dentre as cenas de fugas e os takes dos garotos desesperados, a filmografia joga a favor da história e, talvez, seja o único elemento que consiga prender o espectador.

Usando e abusando das nas paisagens do Idaho, o filme dá a entender que ainda pode entregar um clímax, ou uma grande reviravolta, o que infelizmente não acontece.

Brighton Sharbino como Reese e Will Patton como Frank em Blecaute (Divulgação / Synapse Distribution)

A história termina com Reese reencontrado o seu avô, com um sentimento que a história poderia passar uma mensagem. Mas, na verdade, o filme deixa gritante que o seu roteiro não foi competente suficiente para isso.

Blecaute está disponível nas versões dublada e legendada para compra e aluguel em plataformas VoD como: Claro TV+ , iTunes/Apple e YouTube.

E nosso veredicto de Balde de Pipoca foi:

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