Covid-19 obriga diretor a alterar roteiro de The Last of Us

Profissional explicou que na época da criação do jogo, ninguém sabia como funcionava uma pandemia, mas hoje após a covid, público já tem essa comprensão

A aguardada adaptação de The Last of Us, na HB, tem uma curiosidade interessante que o próprio diretor, Craig Mazin, revelou. Segundo ele, a pandemia do coronavírus foi um fator importante que influenciou o andamento da trama da série.

A trama se passa em um mundo que é devastado por uma pandemia fúngica que dizima boa parte da população e não tem nenhuma cura conhecida.

As pessoas que se infectam com o fungo Cordycep sofrem o terrível destino de não só morrerem, mas se transformarem em zumbis que são conhecidos como Clickers.

Clicker em The Last of Us (Reprodução / HBO)
Clicker em The Last of Us (Reprodução / HBO)

O jogo que inspirou a criação da série foi lançado no ano de 2013, sete anos antes da pandemia da COVID-19. Naquela época, as pessoas não tinham entendimento e conhecimento de pandemia como têm agora.

Por isso, em entrevista ao Screen Rant, Mazin explicou que, durante a produção, os profissionais por trás das câmeras gostariam de reconhecer o conhecimento generalizado sobre pandemias, inexistente na época em que a história se passa.

Ele também afirmou que eles quiseram deixar claro que o surto do fungo Cordycep, em The Last of Us, é ainda mais terrível do que o coronavírus foi na vida real.

“Queríamos pelo menos reconhecer que todo mundo sabe algo sobre pandemias. Esse não era o caso quando Neil fez o jogo em 2013. E agora somos todos ‘epidemiologistas’. Somos todos ‘cientistas’. Todos nós entendemos como essas coisas funcionam. Então, queríamos reconhecer que estávamos cientes disso e também colocar isso em contexto e dizer: ‘Olha, as pandemias virais vêm e vão. Elas são terríveis. Mas depois acabam'”, esclareceu ele, que prosseguiu dizendo “[na série] é algo diferente.”

“Fungo é uma palavra engraçada. É muito, muito pior, e não podemos parar, e era importante dar ao público a sensação de que isso sempre esteve lá. Está lá desde sempre. Não era como se ninguém soubesse e de repente, blá, um Cordyceps! Nós sabíamos. Nós sabíamos e então vários anos se passaram, e então hoje é o dia em que a coisa que aquele cara disse que aconteceria está acontecendo.”, afirmou.

Anna Torv como Tess em The Last Of Us
Anna Torv como Tess em The Last Of Us (Divulgação / HBO Max)

Como os eventos da vida real aprimoram a trama de The Last of Us?

A série se dedica a passar mais tempo no mundo antes do início do surto de Cordycep. Isso é algo que ajuda o público a ter uma compreensão melhor dos personagens antes da crise. Além disso, também permite aos criadores mostrarem como o mundo lidou com o surto repentino.

Outro ponto importante é que a série mostra graus diferentes de infecção, quando alguns Clickers são atacados pelo fungo.

Ao contrário da COVID-19 que, apesar de ter matado muitas pessoas, ainda permitia que as pessoas mantivessem uma esperança de cura, a pandemia na série dizima a maioria da população e é incompatível com a vida. Ou seja, uma vez infectada, a pessoa morre.

The Last of Us estreia em 15 de janeiro na HBO.

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