O quarto episódio da quarta temporada de The Handmaid’s Tale teve um gostinho amargo para o público. June (Elisabeth Moss) fugiu da perseguição de Gilead junto com Janine (Madeline Brewer), e o episódio mostrou o drama da vida de Janine antes de ela ser transformada em aia.
O que se sabia até então era que a aia era mãe de um menino chamado Caleb, e a atriz estava curiosa para ver o rostinho da criança. Ela contou em entrevista ao The Hollywood Reporter que chegou a colocar fotos no celular de como ela imaginava que seria bebê
“Eu falei sobre ele na primeira temporada, mas para finalmente conhecê-lo e ver um pedaço de sua vida juntos, para ver seu pequeno apartamento e o amor que eles têm; é uma conexão tão bonita, forte e poderosa”.
Ela continua:
“Sempre soube que Janine queria, antes de mais nada, ser mãe. Mas não apenas nas partes físicas da gravidez e da amamentação, mas também no cuidado do filho. Ser aquela que enxuga as lágrimas, coloca um curativo no joelho – todas as coisas mundanas do dia-a-dia da maternidade. Isso é o que Janine mais valoriza no mundo”, acrescenta ela. “Então, ter um pequeno vislumbre disso foi muito especial para mim.”
Também durante o flashback, Janine é mostrada procurando um aborto após uma gravidez não planejada. Mas a clínica a que ela chega, depois de uma busca no Google, não é o que parece ser.
Quando Janine chega, uma mulher alimenta sua propaganda sobre abortos, avistando informações falsas sobre o procedimento e efeitos colaterais. Como ela descobrirá mais tarde, esses centros de crise anti-aborto existem para mentir para as mulheres a fim de manipulá-las para manter uma gravidez indesejada, devido à queda na taxa de fertilidade no mundo de The Handmaid’s Tale.
“A cena parecia pesada porque parecia importante, para mim, que as pessoas ouvissem o que as mulheres que buscam um aborto passam; as formas como são manipuladas”, diz Brewer sobre o enfrentamento de um problema que as mulheres em todo o mundo podem enfrentar.
“Acho que o que mostramos no programa é, na verdade, um dos casos mais leves disso.”
“Em termos da história do aborto, Janine deveria estar saindo de seu carro e ser abordada por pessoas que estão tentando dizer a ela: ‘Salve seu bebê. Seu bebê já tem unhas. ‘ E ela está com medo e isso a afeta, e então ela entra e é manipulada. Ainda é intenso da maneira como o fizemos, mas foi escrito para ir mais longe e tivemos que mudá-lo para COVID. ”
Sobre essa realidade sobre os centros de crise pró-vida da gravidez, ela continua:
“Há pessoas fora dos centros de crise com megafones e eles estão gritando e se aproximando das mulheres fisicamente, entrando em seu espaço, e é assustador. É traumatizante. O que mostramos é um pouco mais suave, mas realmente captura como as mulheres são manipuladas e aproveitadas completamente quando estão em uma situação vulnerável, quando já estão com medo. Eles estão tomando uma das decisões mais difíceis que provavelmente já tomarão, por isso estou feliz por mostrar uma versão disso. ”
“Dizem que, contando ou não, alguém que você conhece fez um aborto. É uma parte muito maior da vida das pessoas do que a maioria pensa ”, diz Brewer sobre a história relevante. “Muitas pessoas que procuraram o aborto passaram por algo parecido com o que Janine passou. [Janine] tinha a autonomia, a compreensão de si mesmo ou o autodomínio, para dizer: ‘Não, é disso que eu sei que preciso. Isso é o que eu sei que é certo para mim e para meu filho que eu já tenho. ‘ Tive a honra, de verdade, de trazer para a tela essa parte da realidade da vida de tantas pessoas ”.
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