Atriz se surpreende ao poder colaborar com personagem de 007

Como via de regra, as mulheres nos filmes da franquia de 007 nunca receberam posições de destaque ou importância. Sempre foram relegadas apenas a algo bonito para ser observado ou se tornar um eventual interesse amoroso de James Bond.

Felizmente, as coisas estão mudando no cinema, e a atriz Lashana Lynch, que interpreta Nomi no novo 007 – Sem Tempo Para Morrer, contou em entrevista para o site Comicbook como se deu a construção de sua personagem, e como ela queria que Nomi fosse um símbolo de poder e força, sem perder o realismo:

“Tem duas coisas. Eu queria de verdade criar uma personagem realmente realista que fosse divertida e ambiciosa e inteligente e todas essas coisas. Mas eu realmente só queria fazer proezas gigantes, para te falar a verdade. Eu só queria chutar as pessoas na cara e manejar armas e rolar no chão e ficar suja e usar calças de combate e botas grandes e me sentir bem forte. Eu queria me sentir forte e poderosa, interna e externamente e, graças a Deus, eu acho que conseguir fazer isso.”

Atriz tenta trazer uma mensagem positiva sobre vulnerabilidade

Lashana também falou sobre como foi positivo a equipe considerar seu ponto de vista. Ela ressaltou que a opinião dos atores, sobretudo quando não são grandes estrelas, raramente são levadas em conta nos estúdio de Hollywood.

Ela foi capaz de levar as próprias experiências de vida e inserir na personalidade de sua personagem no filme:

“A coisa legal sobre – depois dos testes para frente – foi que eu podia dizer que eles tinham realmente uma ótima ideia de Nomi, mas que eles estavam esperando pela pessoa que fosse escalada pra colaborar com eles, o que é legal. E isso não acontece sempre, na verdade. Então para o produtor e diretor se juntarem e decidirem isso, ‘Lashana tem ideias e nós vamos ouvir ela’, é algo que me deixa muito humilde, mas também me dá a chance de dizer, ‘Okay, experiências de mulheres, experiências de pessoas negras, experiências de novatos, tudo aquilo pode literalmente…’ nós podemos simplesmente colocar isso nesse caldeirão gigante de coisas e fazer tudo fazer sentido.”

Lashana Lynch e Daniel Craig em cena de 007 – Sem Tempo Para Morrer (Reprodução)

A atriz também fala que acha muito importante a construção de uma personagem que fuja das velhas convenções de perfeição, porque isso mostra aos espectadores uma visão mais realista dos seres humanos, com as quais eles possam se identificar e não se sentirem tão diferentes do que veem nas telas:

“Aquilo me ajudou a estabelecer [a personagem], não muito limpinha, não muito perfeita, ainda se descobrindo, se questionando que tipo de agente conseguiria fazer um trabalho impecável. Mas também, você vê o processo conforme o tempo passa. Você vê ela admitindo não ser capaz de fazer algo e aí seguindo em frente e fazendo de qualquer maneira, que é uma mensagem poderosa de mandar para pessoas jovens, que parecem comigo, homens jovens, que estão aprendendo o poder de uma mulher nas telas e de onde isso vem, e também pra que seja okay para força e vulnerabilidade existirem ao mesmo tempo.”

007 – Sem Tempo Para Morrer está em cartaz nos cinemas de todo o Brasil.

O que você achou? Siga @siteepipoca no Instagram para ver mais e deixar seu comentário clicando aqui.

Veja mais ›