Zendaya ganha prêmio e detona Hollywood pela falta de negros em destaque

Zendaya foi um dos destaques do primeiro evento de arrecadação de fundos pós-pandemia que aconteceu nesta quinta-feira (07) em Los Angeles.

Anteriormente nomeado o Crystal + Lucy Awards, o WIF Honors: Trailblazers of the New Normal foi feito no Museu do Cinema de Los Angeles e todos os convidados precisaram fornecer provas de vacinação contra Covid, e teste negativo feito pelo menos 72 horas antes do evento.

A atriz de Euphoria foi uma das premiadas da noite junto com a produtora Ashley Levinson, pela forma como conduziram o filme Malcom & Marie. Acontece que a produção protagonizada por Zendaya e John David Washington foi feita num esquema novo em Hollywood.

Gravado em julho do ano passado bem no meio da pandemia, o longa foi financiado pelos envolvidos no projeto com a garantia de que receberiam igualmente parte dos lucros advindos da bilheteria ou da venda de direitos para um serviço de streaming. Todos os atores e produtores se isolaram do resto do mundo numa casa nas montanhas, onde moraram juntos e puderam fazer as filmagens.

Zendaya, que co-financiou o filme, explicou:

“Havia um mundo onde esperávamos que um dia, pudéssemos vendê-lo e talvez ganhar algum dinheiro, mas sentimos que se fizéssemos isso, que as pessoas que estavam lá todos os dias conosco, que corriam o risco de vir lá e fazer essa arte conosco, deve participar disso. Foi justo. Parecia a coisa certa a se fazer”.

Ela acrescentou: “Parecia fácil porque fizemos isso juntos e foi realmente um trabalho de amor.”

Zendaya e John David Washington em Malcolm e Marie (Divulgação / EW)
Zendaya e John David Washington em Malcolm & Marie (Divulgação / EW)

Inclusão

Mas o ponto do alto do discurso da jovem atriz foi aquele em que ela relatou que a indústria do cinema precisa mudar para incluir pessoas como ela, mulheres e negras.

Ela disse que, embora acreditasse que o filme era uma prova dos avanços feitos pela indústria, ela reconheceu que ainda havia trabalho a ser feito

“Acho que qualquer um de nós que já esteve em reuniões ou esteve nas salas com executivos [dos estúdios], você pode vê-lo todos os dias, você sente que é a única pessoa lá, e que ninguém mais se parece com você. Na minha opinião, não é falta de talento, é falta de oportunidade. Há sempre essa ideia de que só pode haver um de nós e eu me oponho a essa ideia. Quando você abre a porta, seu trabalho é abri-la e emperrá-la para que outras pessoas entrem também”, disse ela.

Levinson disse que esperava que futuras produções imitassem seu modelo. “Se aprendemos alguma coisa nos últimos anos, é desafiar a convenção e assumir riscos em coisas em que acreditamos e nos unirmos como artistas e apoiar uns aos outros.”

Malcom & Marie está disponível na Netflix.

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