Um Match Surpresa: poderia ser mais do mesmo, mas traz questões importantes em meio ao humor e romance

Um Match Surpresa poderia ser só mais um daqueles filme clichês de natal, em que o moço bonito e a moça bonita se encontram no feriado, se apaixonam e vivem felizes para sempre. Entretanto, ele escolhe ser mais que isso e mais de acordo com nossa cultura dos dias de hoje, isso o torna uma comédia romântica muito melhor do que muitas de suas colegas de gênero.

Natalie (Nina Dobrev) é uma colunista especializada em romance, ou melhor, a falta dele em sua vida. Ela ganha a vida em Los Angeles relatando todos os seus encontros e relacionamentos fracassados, e já quase não tem muita esperança no amor.

Graças à influência de sua amiga Kerry ela aumenta o raio de distância dos matches, e conhece Josh, um rapaz muito bonito (Darren Barnet) que mora no outro extremo do país. Eles conversam e se envolvem um com o outro, e , com o feriado chegando, Natalie resolve fazer uma surpresa para ele e visitá-lo no Natal.

Quem acaba levando a surpresa é ela: na verdade, Josh é um rapaz de descendência chinesa, interpretado por Jimmy O. Yang. Ele fez catfish com ela com a foto de um rapaz da cidade dele, Tag, porque ele nunca havia encontrado nenhum match com sua foto real. No fim das contas, ela aceita se passar por namorada dele para sua família em troca de ajuda para conquistar o menino de verdade da foto.

A comédia é engraçada pra valer, e os atores dão um banho de interpretação. Destaque para a cena no início do filme, em que Natalie tem uma reação alérgica ao kiwi da bebida e faz uma performance de karaokê com a cara mais inchada que uma lua cheia!

Em cena hilária de Um Match Surpresa, Natalie (Nina Dobrev) canta no karaokê após reação alérgica (Reprodução)
Em cena hilária de Um Match Surpresa, Natalie (Nina Dobrev) canta no karaokê após reação alérgica (Reprodução)

Até aí, o filme não sai muito do tradicional. O que me chamou a atenção foi um aspecto que não é soletrado com todas as suas letras no roteiro, mas que está lá: o racismo. Josh não tinha namorada, e não tinha matches em seu perfil não porque ele é feio, porque ele é um rapaz bonito. A questão vai além disso: ele é rejeitado por sua descendência oriental.

Ele é uma representação real do velho estereótipo do homem asiático: educado, tímido, sem sex-appeal. O filme ainda vai além e escala Harry Shum Jr., de Glee, como o irmão “perfeito” de Josh, que é simpático e carismático, tem um corpo padrão e, por causa disso tudo, uma namorada ocidental.

Cena de Um Match Surpresa (Reprodução)
Cena de Um Match Surpresa (Reprodução)

Josh deveria ser o “vilão” da história: afinal, ele enganou Natalie! Mas a história vai mais a fundo que isso. Por que ele achou que deveria usar a foto de Tag em primeiro lugar? Quantas vezes ele foi rejeitado antes de tomar a decisão de se tornar um catfish?

Como que a história acaba para ele, eu não vou estragar aqui. Mas, acostumado com as comédias românticas bobas da Netflix, essa me surpreendeu positivamente. Um filme gostosinho, para dar umas boas risadas e já entrar no ritmo de Natal!

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