Thomas Vinterberg conta como superou tragédia familiar antes de gravar Druk: Mais uma rodada

Indicado para o Oscar de melhor diretor, pelo, também indicado, Druk: Mais Uma Rodada, Thomas Vinterberg contou recentemente sobre o fato de ter tido que superar uma grande tragédia familiar para gravar o filme.

Vinterberg perdeu a filha, Ida, na época com 19 anos, em um acidente de carro em 2019.

Ele revelou que seguir com Druk foi uma homenagem a filha, que tinha lido e se apaixonado pelo roteiro que ele já havia escrito para o filme em parceria com Tobias Lindholm.

O cineasta chegou a dizer que o filme foi seu trabalho mais honesto, pois veio de um momento complicado de sua vida, em que ele se sentia destruído e indefeso e só poderia expressar a verdade.

Apesar do momento difícil pelo que passava, o diretor disse que a experiência não foi penosa, ao contrário, pois existia muito amor no set de filmagem, tanto amor que foi transmitido para o filme a ponto de poder se sentir aos assisti-lo.

O fato do elenco de Druk ser composto basicamente por amigos pessoais de Vinterberg provavelmente facilitou bastante o processo de trabalho em luto.

Druk: Mais Uma Rodada mostra a vida de quatro amigos, professores de meia-idade, que trabalham na mesma escola e passam por altos e baixos em sua vida, que os torna infelizes.

O grupo então se reúne para testar a teoria de um psiquiatra norueguês, que diz que os seres humanos nasceram com um déficit de 0,05% de álcool no sangue. Eles passam a beber durante todo os dias, para chegarem ao nível ideal de álcool suposto.

Como na vida real, beber tanto leva a consequências positivas e negativas, pois o álcool os acompanha tanto em momento de celebração quanto nos mais sombrios.

“A ideia começou como uma celebração do álcool, mas achamos que seria mais rico mostrar esse lado mais sombrio também. Virou uma batalha entre luz e sombra. Alguém se referiu a isso como uma bela catástrofe, e gosto de enxergar dessa forma” revelou o cineasta.

Vinterberg ressalta que tomou muito cuidado para não transformar o filme em uma produção moralista, pois ele não se acha apto a dizer as pessoas como eles devem viver ou beber.

Ele afirma que queria apresentar seus personagens, com seus altos e baixos ao grande público, para que de repente eles ensinem algo bom.

O filme não fica preso somente ao tema das consequências do alcoolismo, mas utiliza esse tema central para abordar outros assuntos universais, o que o diretor alega que agradou os espectadores, ajudando o filme a ser bem recebido,

“Acho que todos podemos nos identificar com a sensação de termos nos perdido na vida, de ter perdido inspiração, de nos sentirmos solitários e com a ideia de estar solitário dentro de um relacionamento. Esses elementos são universais. Todos nós queremos viver, não apenas existir”, destacou Vinterberg.

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