“Nunca faço um personagem superficialmente”, dispara Oscar Magrini, estrela de filme sertanejo

Ator também falou sobre trabalhar na pandemia do coronavírus e adoecer no exterior

Atualmente nos cinemas, a comédia de ação Sistema Bruto conta com grandes atores em seu elenco.

Um deles é Oscar Magrini, que dá vida a Marcondes, um pai e marido dedicado, que deu oportunidade ao ator de dar vida ao seu primeiro personagem de universo sertanejo em sua carreira de mais de 30 anos.

O E-Pipoca teve uma conversa exclusiva com ele sobre seu divertido núcleo no longa dirigido por Gui Pereira. 

Fala um pouco do seu personagem em Sistema Bruto, o Marcondes, para a gente?

Marcondes é um pai separado que ama a filha Rosa (Bruna Altieri), e embora seja casado com uma mulher mais jovem, e faça de tudo para acompanhá-la, sua preocupação é a filha, que ama corridas, e decide competir. Ele é mecânico, assim como ela, e faz tudo o que ela quer e se preocupa como pai. Fiquei muito feliz pelo convite, aceitei de pronto fazer, com certeza, e o Gui (Pereira, o diretor), apesar de jovem é superexperiente, a Gisa da Dodô Filmes, essa equipe é família, é uma produtora familiar, muito bem-conceituada e de grandes trabalhos. Eu fico muito feliz por fazer parte desta família. E é cinema, cinema nacional é tudo de bom.

A Bruna Altieri comentou que o centro familiar do Marcondes, Maggie, Rosa, é um núcleo bastante engraçado, até pela personalidade da personagem da Thais, que é toda fitness e natural.

É ela (Maggie) gosta de ginástica e ele (Marcondes) tenta acompanhar a mulher, então tem situações engraçadas de se ver, tem muita história para contar sim. Eu tenho essa participação, e quem está fazendo filme quer fazer mais. Quando o trabalho te encanta, que foi o caso do Marcondes. E o Gui Pereira vem de um grande sucesso (Coração de Cowboy), que a Thais também fez, então quando eu soube com quem era, que era com a Thais, eu curti mais. E sendo o marido dela, o núcleo em si que faz parte. O (Marcus) Cirillo também está lá junto, ele namora a minha filha e eu faço o pai duro, que não vai dar mole (para o namorado da filha). Daí tem essas cenas engraçadas, que ela (a filha) leva ele (o namorado) para jantar e eu dou uma dura nele e ele fica sem graça e daí topa fazer a porcaria na cara que a (minha) mulher inventa. E a família é muito boa, uma família gostosa, uma família unida como tem que ser.

Bruna Altieri e Oscar Magrini posam juntos caracterizados como Rosa e Marcondes nos bastidores de Sistema Bruto
Bruna Altieri e Oscar Magrini nos bastidores de Sistema Bruto (Reprodução Instagram)

Ela também comentou que o elenco e equipe de produção se tornou uma grande família, porque o set era um ambiente descontraído e alegre.

Você trabalha em conjunto, você nunca está sozinho, e tem o cara da luz, o cara do som, o cara da câmera, o diretor fazendo a parte dele, etc, então você vai conhecendo um ao outro. Fiquei acho que uma semana filmando, depois partimos para filmar a parte da corrida e teve também croma key, porque é cinema, é arte, então se torna uma grande família, o que é bom. É que nem teatro, que tem coxia, se tem coxia a coisa rola, e no cinema também, é uma família, uma coxia, desde o ator até a pessoa que serve a água, tudo é uma engrenagem para o trabalho ficar melhor. E eu tenho certeza de que o Sistema Bruto vai dar o que falar, eu estou super ansioso.

Você tem muitos trabalhos tanto na televisão quanto cinema, mas teve algum que você tenha atuado no universo sertanejo antes de Sistema Bruto?

Não, no universo sertanejo não. Quando eu fiz Em Família, (novela) do Manoel Carlos, eu era o pai da Bruna Marquezine, que foi uma novela de três fases, a Bruna era a Helena da 2ª fase e depois virava (na 3ª fase) a Júlia Lemmertz. Eu morria na 2ª fase, porque lógico que eu não poderia ser o pai da Júlia Lemmertz, a gente tem quase a mesma idade. E a gente ia na feira, que se passava em Goiás, em Goiânia, que tinha boi, cavalo, sertanejo, chapéu, foi o mais próximo que eu cheguei foi aí, que eu me lembre.

Então agora você teve oportunidade de se aprofundar nesse universo, como foi entrar de cabeça nesse universo sertanejo?

Eu tenho muita referência, sempre fui cinéfilo. Antes de ser ator eu tinha locadora de filmes VHS em 1987, eu via tudo quanto é filme, então não foi difícil, foi fácil. Pai carinhoso e amoroso eu sou, eu tenho uma filha maravilhosa que Deus me deu. A Thais eu já conhecia, as meninas (Bruna Altieri e Lara Longuine) são super legais, entregues ao fazer uma cena. E o Marcondes é um pai carinhoso com a filha que sim se preocupa com certeza e (vive) nesse universo interior, de fazendo, que ele cuida, e como eu tinha muita referência eu fiz fácil. Cada ator é de um jeito, eu sou assim de lembrar, tirar referências, eu vejo muito filme, muitos filmes novos, mas tem filme que vale a pena ver duas ou três vezes, que você vê com outro olhar, cada vez que você vê você assiste com outro olhar, percebe coisas que não tinha percebido na primeira vez que assistiu. Novela eu assisto e sei tudo que ta acontecendo, qual a luz, qual a câmera que vai virar, quando tem um corte, porque eu sou muito observador, minha cabeça guarda tudo e eu sou curioso de aprender, por isso eu não tenho grandes dificuldades de achar um personagem, mas também não faço superficialmente, eu me aprofundo no que é e vou investigar até onde ele (o personagem) pode chegar. Isso é meu trabalho, ser diferente daquilo que você é pessoalmente, eu empresto o meu corpo para fazer vários tipos de personagens, e eu amo isso.

Oscar Magrini, Bruna Altieri, Thais Pacholek e Lara Longuine forma um núcleo familiar em Sistema Bruto (Reprodução Instagram)

Como foi trabalhar pela primeira vez com o Gui Pereira, como foi no set, ser dirigido por ele?

Então, ele é um menino novo, mas ele conhece muito, tem muita referência, é um cineasta que já fez seu primeiro filme nesse universo, o Coração de Cowboy, então ele se aprofundou mais. Eu ficava olhando para ele, sentado na cadeira de diretor e imaginando o que passava na cabeça dele, porque o diretor tem toda a história na cabeça, a filmagem o set, já sabe como vai fazer, a locação, a luz, e ele leva muito bem, o diretor é o maestro dessa grande orquestra que é um filme, e o Gui leva muito bem, ele é jovem, mas sabe o que está fazendo e isso dá segurança para o ator. Eu posso ter feito muito mais filmes que ele, mas ele tem a visão de diretor, ele é supertranquilo, ele tirou de letra.

De repente vem uma parceira aí para novos trabalhos?

Amém senhor por isso, tô pronto, comigo só soma, se ele quiser fazer um próximo filme ai, pode usar mais, abuse e use (risos).

O Sistema Bruto foi filmado em tempo recorde, durante uma pandemia mundial, você ao longo da sua carreira passou por muita coisa, mas uma pandemia não tinha passado ainda não tinha passado não é, como foi?

Quando começou eu tinha acabado de filmar a novela Genesis, que eu fiz Noé, acabou em março de 2020 eu me lembro e poucos dias depois acabou tudo, parou Record (emissora da novela), parou as produções todas, cinema, teatro. Mas eu fiz cinco filmes nessa pandemia, fiz o primeiro depois de cinco meses parado, dois na Paraíba, o do Gui Pereira, e eu fui para Portugal e fiz um filme lá também. Mas com todos aqueles protocolos de segurança, usar máscara, não pode tocar, não pode comer junto, todas essas coisas que eram novas, uma pandemia que a gente não sabia como era, não podia isso e aquilo, desculpa, mas foi um saco, mas pela profissão. A gente vai de cabeça, porque gosta do que faz.

Acabou não sendo um grande desafio então?

Quando voltei ao trabalho a pandemia até que já estava enfraquecendo, a gente tomava todos os cuidados. Mas daí eu fui para Portugal e peguei o Omicron, que todo mundo estava pegando porque lá estava frio, eu disse (para um amigo): “Ia ter festa de Natal, mas meus amigos estão tudo com Omicron’, e ele disse: ‘Oscar quem não tem amigo com Omicron não tem amigo, porque todo mundo pegou (com o vírus). E tinha que fazer (o exame) PCR para poder viajar e eu fiz e deu positivo, tive que ficar mais uma semana em Portugal, daí eu fiz outro exame e deu negativo e eu vim embora, porque era mais fraco, não era aquela quarentena de 14 dias, era só de uma semana. Mas foi tudo ótimo, passou. O coronavírus ainda está por aí, mas está mais fraco agora, graças a Deus.

Qual sua expectativa em relação a reação do público ao Sistema Bruto?

Espero tudo de bom, é um filme com música sertaneja, de ação, comédia, tem todos ingredientes de um ótimo filme para as pessoas assistirem comendo pipoca e se divertirem, uma história de família, de competição, de amizade, para rir e chorar.

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