Se tem uma coisa que o cinema aprendeu é que cinebiografias de personalidades polêmicas têm chances de render boas bilheterias, e foi por isso que a Universal Pictures lançou em 2004 um filme sobre vida do pianista e cantor de Soul, Ray Charles.
Apesar de ter sido um sucesso de crítica e bilheteria, Ray conta apenas uma pequena parcela da vida de Ray Charles, focando em seu vício em drogas e escolhas erradas, mas qual a parte da vida do artista não contada?
Duas mães
Apesar do filme só apresentar a mãe biológica de Ray, Aretha Williams, o cantor teve na primeira esposa de seu pai, Mary Jane Robinson, uma figura materna forte, que assim como sua verdadeira mãe, também teve forte influência em sua infância.
O lugar onde tudo começou
Outra coisa ignorada no filme é a fase em que Ray estudou em uma escola estatal para surdos e cegos em St. Augustine, na Flórida, que foi importante para ele, já que foi o lugar onde ele decidiu que queria ser músico e começou a estudar música aprendendo a ler e compor música em braile, além de tocar piano e outros instrumentos.
Os traumas
Embora o longa não só aborde o trauma do cantor após presenciar seu irmão mais novo George morrer afogado, mas exagere criando alucinações que nunca foram registradas, e culpe o incidente pelo posterior envolvimento dele com drogas, ele esqueceu o restante dos piores momentos de Ray.
Obviamente a morte do irmão aos cinco anos de idade foi um grande trauma, mas o pianista teve muitos outros momentos traumáticos, começando pela extrema pobreza em que cresceu, chegando ao auge com a morte da mãe que ele mesmo admitiu que quase o enlouqueceu.
Dois casamentos e 12 filhos
Outro reduzida do filme, antes de se casar com Della Beatrice Howard em 1955, como mostrado em Ray, ele foi casado por um ano com Eileen Williams. Além disso, ele não teve apenas um filho fora do casamento, ele era assumidamente mulherengo e infiel e chegou a ter nove filhos de seus casos extraconjugais, além dos três com sua esposa.
Banido das rádios
O filme mostrou de maneira bastante completa as origens da canção What’d I Say e todo seu sucesso, porém omitiu um detalhe, a canção chegou a ser banida de muitas rádios, por causa das letras sugestivas, gemidos e seu ritmo frenético de chamada e resposta.
Nada de vida livre das drogas
Embora o músico tenha realmente abandonado o uso de heroína após a habilitação conforme mostrado em Ray, ele nunca deixou totalmente as drogas, conforme o próprio revelou, ele continuou fazendo grande uso da maconha e do álcool e nem achava isso errado, nem se envergonhava.
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Gaúcha, formada em Jornalismo e Pedagogia, crocheteira,”mãe” da dog Katy, apaixonada por filmes e séries de gêneros variados e por escrever. Sou redatora do site E-Pipoca especialista em cultura pop, cinema, streaming e TV.
