Não é fácil delimitar épocas de ouro para gêneros, mas as décadas de 1990 e 2000 foram duas das mais importantes para a evolução do terror entre seus fãs e a crítica.
O terror não é considerado a seção mais ‘nobre’ do cinema, mas muitos projetos lançados nestes anos fizeram com que as coisas evoluíssem e muitas produções passassem a ser admiradas e reverenciadas por seu teor artístico.
1990: Um retorno às origens
Os 1990 foram uma época de ressurreição do gênero, depois dos criticados anos 1980. A década havia pecado pelo excesso na violência e sangue, monstros e nudez, e se perdeu no uso desenfreado de humor.
Nos filmes da época, muitos que eram vilões icônicos foram transformados em personagens engraçados. Como reação a isso, surgiram projetos muito mais focados mais em serial killers mais violentos e assustadores, como O Silêncio dos Inocentes, O Colecionador de Ossos e Se7en: Os Sete Pecados Capitais.
A década também abriu as portas, graças a Wes Craven, ao uso da metalinguagem e de filmes de terror mais conscientes de si; Pânico, e depois A Noiva de Chucky, são lembrados até hoje por seu sarcasmo e texto inteligente, sem perder os elementos assustadores.
Também nasceram os slashers adolescentes Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado, Lenda Urbana e Prova Final, que apresentavam assassinos mais agressivos, que acabavam com seus elencos com mais seriedade que seus contrapartes anteriores.
2000: Hora de inovar (ou copiar?)
Se a violência dos 1990 teve a violência, os 2000 tiveram o choque a a gratuidade; nessa década, se popularizaram os filmes como Jogos Mortais e O Albergue, conhecidos também como ‘pornô de tortura’.
Os anos 2000 também recriaram temas do passado. Uma moda que ainda é popular nos anos 2020, foi há cerca de duas décadas que começou a febre pelos remakes dos clássicos do gênero como Halloween, O Massacre da Serra Elétrica e Viagem Maldita.
Graças a muitos filmes lançados nestes anos, o interesse dos fãs foi renovado e as novas direções tomadas criaram subgêneros que ainda são amados até hoje.
Novos subgêneros como o chamado ‘terror elevado’ também só tem o espaço nas telonas hoje em dia graças aos seus ‘ancestrais’, que saíram do óbvio e ressuscitaram uma parcela do cinema que estava se tornando monótona.
*As opiniões contidas no texto refletem o posicionamento e liberdade de seu autor, e não o do veículo.
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Gaúcho, graduado em Letras, apaixonado por drag e filmes e séries de terror.