Pearl é uma perturbadora espiada na mente de uma assassina

Um 'filme flashback' que apresenta a juventude da antagonista de X, Pearl entrega terror em um novo visual mas com o mesmo clímax horrorizante

Atenção: Por se tratar de uma continuação, essa crítica de Pearl contém SPOILERS de X: A Marca da Morte.

Depois de X, que foi um filme de terror sensacional que presta homenagem aos anos 1970 foi lançado, parecia difícil que Pearl pudesse estar à mesma altura, mas ele consegue o feito e cria sua própria gama de sentimentos.

Mia Goth como Maxine em X: A Marca da Morte (Reprodução)
Mia Goth como Maxine em X: A Marca da Morte (Reprodução)

Uma espécie de prólogo, Pearl cria um contexto muito mais profundo sobre os motivos que levaram à matança do primeiro filme. Enquanto o original se apresentou como um slasher clássico que não perde muito tempo explicando o antagonista, o segundo filme mostra a lenta descida ao abismo que transformou a velha personagem na assassina desvairada de X.

O filme se passa cerca de 60 anos dos acontecimentos do anterior, no auge da Revolução Mexicana nos Estados Unidos e da explosão da gripe espanhola, que matou milhões de pessoas no mundo todo.

Assim como X, Pearl é outra homenagem ao cinema, desta vez apresentando uma história sinistra em uma estética Technicolor, que lembra muito O Mágico de Oz, de 1939. Não só as cores, mas o filme tem diversos Easter Eggs do clássico.

Os paralelos entre os dois filmes de Ti West são muitos: assim como Maxine, Pearl também sente que é especial e que nasceu para ser uma estrela. Seu sonho de ser alguém se contrasta à sua triste realidade presa à fazenda em que nasceu.

Mia Goth é Pearl em Pearl (Divulgação)
Mia Goth é Pearl em Pearl (Divulgação)

As semelhanças entre as duas personagens são tantas quantas as diferenças; conforme o filme avança, nota-se que Pearl sempre teve algo de errado, muitos anos antes de matar jovens desavisados ao lado de Howard, seu marido.

Pearl divide seu tema central como seu antecessor, mesmo dramaticamente diferente

Em vários momentos do primeiro filme, a protagonista e sobrevivente final Maxine repetiu seu mantra que, não por coincidência é repetido por Pearl neste filme: ‘Não aceito uma vida que eu não mereço’.

A maneira como as duas lidam com sua situação moldam seu caráter e as tornam pessoas completamente diferentes, mesmo sendo interpretadas pela mesma atriz. E por falar em atriz, se Mia Goth já tinha roubado a cena no primeiro filme ao lado de atrizes conhecidas como Jenna Ortega e Brittany Snow, desta vez ela tem o palco todo para ela.

O talento e alcance dramático de Mia é mostrado de forma incrível neste filme ainda mais, onde ela tem todo o espaço para desenvolver camada por camada da personalidade da protagonista do filme.

Mia Goth é Pearl em Pearl (Divulgação)
Mia Goth é Pearl em Pearl (Divulgação)

Não há muito a necessidade de contar ‘spoilers’ de Pearl, afinal de contas todo mundo já sabe onde a história vai terminar, mas não é essa a melhor parte do filme. Testemunhar o declínio da saúde mental de Pearl em um mundo horrível que não a enxerga como a estrela que ela vê carrega um peso diferente para suas atitudes no final deste e no primeiro filme inteiro.

Assim como X foi um filme sensacional no que se propõe como subgênero, Pearl faz o mesmo. Além disso, a julgar pela qualidade da história, a contribuição de Mia como co-roteirista fez uma grande diferença.

Pearl está em cartaz nos cinemas de todo o Brasil. X: A Marca da Morte pode ser visto no Prime Video.

E nosso veredicto de Balde de Pipoca foi:

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