As séries da Sony Pictures TV Studios vão sofrer alterações na maneira como são produzidas para garantir a permanência dos espectadores, afirmou a executiva Katherine Pope, presidente dos estúdios de TV da empresa, que ao Deadline disse que lutar contra a demora para produzir os programas tem sido sua principal ação desde que assumiu o cargo no ano passado.
“O negócio que eu decidi dar para mim mesma e para meus times como tarefa este ano é analisar isso. Alguém chamou de ‘desvio’”, explicou a executiva. ”Que é a maneira como esses programas acabam tendo até dois anos de intervalo entre temporadas”.
A executiva admitiu que entende como as produções hoje em dia aumentaram muito em termos de escala, inclusive na questão de investimentos, que levam tempo. Parte do que a motivou a focar nisso foi a reação dos fãs quando séries demoram (Stranger Things, da Netflix, levou 3 anos da última vez):
“Esses programas são enormes, eles poderiam ser basicamente um filme blockbuster a cada episódio. Entretanto, ao mesmo tempo, não é legal para os fãs ter que esperar esse tempo enorme entre uma e outra.”
Demora causa custos astronômicos em marketing para a Sony
Segundo Katherine, a demora não é só ruim para os fãs, mas também para os bolsos dos estúdios. “Essa demora é algo incômodo, porque as plataformas precisam começar do zero com a divulgação de uma série se faz dois anos que a anterior foi lançada”, afirmou.
A agilização do processo vai ser benéfica para todos, inclusive as mentes criativas por trás dos programas. A executiva esclareceu que períodos mais curtos entre temporadas garantiriam que a chance das séries continuarem sendo renovadas subiria consideravelmente:
“Eu não acho que seja bom nem para quem cria as atrações, porque eles acabam gastando tempo demais com cada temporada. Essas mudanças serão para assegurar que estamos protegendo as séries, e para que o criador use seu tempo e habilidade para contar histórias em múltiplas temporadas.”
“Essa é a arte e a beleza da TV, a novelização das histórias dos personagens. Quando se perde isso, a gente começa a perder a base do que faz nosso veículo”, concluiu.
Katherine não é nova no cargo; ela já trabalhou na mesma posição na empresa em 2008, época em que séries com lançamento anual eram o padrão. Naqueles tempos, as séries mais longas terminavam em abril/maio e já estavam de volta com novas temporadas em setembro.
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Gaúcho, graduado em Letras, apaixonado por drag e filmes e séries de terror.