Sucesso da Netflix, O Gambito da Rainha vira alvo de processo

A Netflix está enfrentando um processo judicial por conta de detalhes do roteiro da minissérie O Gambito da Rainha, que recentemente teve progresso.

Segundo matéria da Variety, a enxadrista Nona Gaprindashvili está acusando a produção de calúnia e difamação.

De acordo com a denúncia, o seriado referencia Nona em uma cena que se passa em 1968, que informa erroneamente que a enxadrista “nunca enfrentou homens” em eventos de xadrez.

Gaprindashvili contestou a informação e informou que já jogou xadrez com mais de 59 competidores homens diferentes, e afirmou que o comentário seria “asquerosamente machista e [estaria] tentando diminui-la”.

A plataforma tentou uma moção de cancelamento do processo alegando a Primeira Emenda, que protege a liberdade de expressão. Segundo a empresa, a intenção da menção seria “reconhecê-la e não diminui-la”.

A Juíza Virginia A. Phillips da Corte dos Estados Unidos discordou das alegações da empresa e declarou em nota oficial que o fato de que a série é uma ficção não exime a companhia de streaming das consequências do que faz:

“A Netflix, não cita, e a Corte não está ciente, de nenhum caso que impede acusações de difamação para a representação de pessoas reais em trabalhos que de outra forma seriam ficcionais. O fato de que a série era um trabalho fictício não exime a Netflix da responsabilidade da difamação se todos os elementos da difamação estiverem presentes na situação.”

Juíza concorda que série diminui conquistas de enxadrista

Cena de O Gambito da Rainha (Reprodução)
Cena de O Gambito da Rainha (Reprodução)

A Juíza prossegue em sua decisão, afirmando que mesmo que a intenção da Netflix tenha sido boa, um espectador assistindo à série poderia facilmente interpretar a menção à Nola como uma forma de humilhação machista.

O fato informado na série sugeriria que ela não seria capaz de enfrentar competidores do sexo masculino, o que é algo longe da verdade e que faz pouco do feitos da enxadrista:

“Um espectador médio poderia facilmente interpretar a fala, como a querelante atesta, como ‘depreciativa das conquistas da querelante’ e ‘carregando o estigma de que mulheres usam um distintivo de inferioridade’ que a mulher fictícia estadunidense Harmon, mas não a requerente, poderia superar. No mínimo, a fala faz pouco da conquistas centrais à reputação da querelante.”

De acordo com a decisão, a plataforma, mesmo tratando de ficção, teria criado a impressão de que o que dizia era verdade, então tornando a interpretação daquilo possível de forma que passaria a informação falsa ao público sobre Gaprindashvili.

O processo segue em frente depois da negativa da moção de cancelamento. Mais informações ficarão disponíveis no futuro.

O Gambito da Rainha está disponível na Netflix.

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