No Festival de Cannes, diretor chama Bolsonaro de gângster

Em seu discurso de abertura para o Festival de Cannes, o presidente dos jurados, Spike Lee, classificou Bolsonaro, Trump e Putin como “gângsteres”. Se referindo a gestão marcada por ações desfavorecendo o cinema e até mesmo censura, em alguns desses governos.

Spike Lee agora é o primeiro cineasta negro a presidir o festival, que já está em sua 74ª edição e se tornou um dos mais importantes para o cinema.

Trump, Putin e Bolsonaro
Bolsonaro,  DonaldTrump e Vladimir Putin (Reprodução / CNN)

Durante sua fala, o diretor se referiu ao ex-presidente americano através de um codinome e a Bolsonaro como “o cara do Brasil”, além de ressaltar que os governates “não têm escrúpulos”.

“Este mundo é governado por gângsters. O Agente Laranja (Donald Trump), o cara do Brasil (Bolsonaro) e o (presidente russo Vladimir) Putin. Eles são gângsteres e farão o que quiserem. Eles não têm moral nem escrúpulos”

Spike Lee deveria ter presidido o Festival em 2020, mas a cerimônia teve de ser cancelada por causa da pandemia.

Compondo o júri junto a Lee estão outros grandes nomes do cinema: Song Kang-ho, Mélanie Laurent, Mati Diop, Maggie Gyllenhaal e o brasileiro, Kleber Mendonça Filho.

O posicionamento do cineasta americano vai de encontro com a situação artística precária e cada vez mais obscura nos países governados pelas figuras citadas.

Em especial o Brasil que sofre com o corte de recursos e abandono na promoção da cultura. Enquanto que a Rússia, governada por Putin, tem mostrado uma face de censura para várias produções, especialmente aquelas de teor crítico ou que endossem a comunidade LGBTQIA+.

É valido citar o caso emblemático, ocorrido em 2018, quando a policia entrou em várias salas de cinema de Moscou para interromper a exibição do filme A Morte de Stalim.

A Morte de Stalim
A Morte de Stalim (Divulgação)

Posteriormente, o longa que retratava os últimos dias do ditador de forma sátira, foi alvo de uma proibição em todo país.

Além do caso com filme franco-britânico, recentemente, a agência que regula as comunicações na Russia, Roskomnadzor, proibiu a Disney de reproduzir o filme Segredos Mágicos, no país.

Segundo o governo, o filme, que retrata um protagonista gay, seria “prejudicial às crianças do país”.

Brasil no Festival de Cannes

Casa de Antiguidades
Casa de Antiguidades (Divulgação)

Infelizmente, 2021 marca mais um ano em que o Brasil chega ao festival sem nenhum longa-metragem totalmente nacional.

Nesse sentido, nenhuma produção nacional pode concorrer nas maiores categorias da premiação, como a Palma de Ouro.

De forma bem simbólica, o drama de Casa de Antiguidades, desfilará pelo tapete vermelho do evento, representando o cinema nacional.

Ainda assim, o Brasil exibirá Medusa, seu único longa no Festival, sem parcerias internacionais. A reprodução ocorrerá na Quinzena dos Realizadores, uma sessão independente, que acontece em paralelo ao Festival de Cannes.

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