Netflix sofre golpe de ex-funcionários e perde US$ 3 milhões

A Netflix está envolvida em um grande processo judicial nos Estados Unidos. Mas dessa vez o streaming é quem saiu como vítima da história. Cinco pessoas, entre elas três ex-funcionários da Netflix foram acusadas de usar informações confidenciais da empresa para lucrar ilegalmente. Os envolvidos teriam tido acesso a dados de crescimentos de usuários, e comprando ações que resultaram em 3,1 milhões de dólares.

Uma queixa-crime foi apresentada nesta quarta-feira (18) em Seattle, nos Estados Unidos pela Comissão de Valores Imobiliários. Os cinco envolvidos renunciaram ao seu direito de ter um julgamento e vão passar apenas a ter um julgamento civil, sendo que quatro deles concordaram em se declarar culpados pela negociata.

Um dos criminosos, Sung Mo Jun, de 49 anos trabalhou como engenheiro de software na Netflix de 2013 a 2017, e segundo testemunhas do processo, ele teria informado a um amigo próximo chamado Junwoo Chon, e a seu irmão, Joon Mo Jun, sobre os altos números de crescimentos de usuários, antes dos anúncios trimestrais de lucros, fazendo com que ações fossem compradas.

Tanto o irmão como o amigo usaram essas informações privilegiadas para negociar ações da Netflix em 2016 e 2017. Com isso, houve para eles a geração de 521 mil dólares de lucro, 60 mil compartilhados com o ex-funcionário.

Outro acusado é Ayden Lee, de 33 anos, que também era engenheiro de software e teria fornecido números de usuários a Sung Mo Jun, depois que este já tinha sido demitido da empresa, fazendo isso repetidamente até 2019.

Jun passava a informação para seu irmão e seu amigo, e com isso eles conseguiram lucrar 1,1 milhão de dólares, 453 mil dólares, e 813 mil dólares sequencialmente, antes de pelo menos nove anúncios de lucros trimestrais.

Netflix
Netflix (Divulgação)

Descobrindo o crime

A comissão de Valores Imobiliários teria descoberto a trapaça analisando que todas as vezes que o grupo investia, tinha sucesso. Os criminosos se falavam através de mensagens criptografadas para evitar que fossem pegos.

Além deles, outros funcionário do streaming estava junto em um grupo de mensagens chamado Rage Against The Market, no qual discutiam suas próximas jogadas. Na troca de mensagens, em determinado momento, este outro funcionário de nome Jae Hyeon Bae, teria alertado aos demais a venderem suas ações já que o crescimento de assinantes viria abaixo do esperado.

A sentença será dada em 3 de dezembro. O advogado de Chon disse em comunicado que ele nunca esteve envolvido em crimes.

Vale lembrar que o co-fundador da Netflix Reed Hastings publicou em 2020 o livro No Rules Rules: Netflix and The Culture of Reinvention, no qual falou que a empresa anuncia seus dados para seus gerentes antes das reuniões trimestrais.

“Talvez sejamos a única empresa pública que compartilha resultados financeiros internamente nas semanas antes do trimestre ser fechado. Anunciamos esses números em uma reunião trimestral de revisão de negócios com nossos 700 gerentes. O mundo financeiro vê isso como imprudente. Mas a informação nunca foi divulgada. Quando um dia vazar (imagino que vai), não vamos exagerar. Vamos lidar com esse caso e continuar com transparência.”

Spencer Wang, vice-presidente de relações com investidores, é citado no livro como dizendo que o número de assinantes é “ultra secreto” e poderia ser usado pelos investidores para “ganhar muito dinheiro”, e que qualquer um na Netflix que o vazasse poderia ir para a cadeia.

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