Lady Gaga falou em entrevista à Variety sobre as dificuldades que passou ao interpretar Patrizia Reggiani em Casa Gucci. A atriz e cantora usou um método chamado memória sensorial, onde o ator precisa viver como o personagem para conectar os seus traumas aos do personagem.
“Sempre fui a Patrizia. Sempre falei com seu sotaque. E mesmo que eu estivesse falando sobre coisas que não estavam relacionadas ao filme – eu não fingia que Maurizio estava esperando por mim no andar de baixo da casa – eu ainda estava vivendo minha vida. Eu apenas vivi como ela.”
Mas ela alerta que aplicar esta técnica ao seu estilo de atuação pode não ser nada fácil. “Eu trouxe a escuridão comigo para casa porque a vida [de Reggiani] era sombria”, afirma.
Por ter que lidar com a carga pesada que a história de uma personagem real trouxe para ela, Gaga buscou ajuda terapêutica.
“Eu tinha um enfermeiro psiquiátrico comigo no final das filmagens. Eu meio que senti que tinha que fazer isso. Senti que era mais seguro para mim”, revela.
Por conta do stress causado pelo método de atuação, Gaga não recomenda a outros profissionais se submeterem ao mesmo processo:
“Não acho que nenhum ator deva se esforçar até esse limite. E eu me pergunto o tempo todo por que faço isso. Fiz algumas peças de arte bastante radicais ao longo da minha carreira –coisas que fiz com meu corpo, minha mente.”
Além disso, ela relaciona a forma como faz com arte com as experiências da sua juventude e alerta que isso pode ter um preço alto.
“Sinto tristeza no meu estômago quando digo isso. Não sei por que sou assim. Acho que a melhor resposta que poderia lhe dar é que tenho uma espécie de relacionamento romântico com o sofrimento pela arte que desenvolvi quando era jovem, e às vezes isso vai longe demais. E quando vai longe demais, pode ser difícil lidar com isso sozinha”.
Sobre o Filme
O drama policial de Ridley Scott, Casa Gucci, aborda o assassinato de Maurizio Gucci, um ícone da moda. Ele foi morto por um assassino de aluguel negociado por Patrizia Reggiani após se divorciar dela em meados da década de 1990. O divórcio do ex-casal aconteceu em 1994, depois de uma separação que durou quase uma década.
O roteiro é de Robert Bentivegna, que se inspirou no livro A Casa de Gucci: Uma História Sensacional de Assassinato, Loucura, Glamour e Ganância, escrito por Sara Gay Forden.
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