Keira Knightley afirma que não conhece uma mulher que nunca tenha sido assediada

Reconhecida por seu papel como Elizabeth Swann na franquia Piratas do Caribe, Keira Knightley deu uma declaração triste mais realista durante uma entrevista à revista britânica Haper’s Bazaar, quando disse não conhecer uma única mulher que não tenha sido assediada sexualmente.

“Eu literalmente não conheço ninguém que não tenha sido assediada de alguma forma, seja com exposição não requisitada, toques ou algum cara dizendo que vai cortar sua garganta ou socar o seu rosto, seja como for, já aconteceu com todo mundo”, ela afirmou.

A atriz ainda acrescentou o quanto é triste se dar conta de todas as precauções que mulheres precisam tomar ao andarem sozinhas, algo que é simples para qualquer homem, mas assustador para uma mulher.

“Quando as mulheres começam a listar todas as precauções que tomam quando estão indo a pé para casa penso que tomo cada uma delas sem nem mesmo pensar. É completamente deprimente”, ela adicionou.

Knightley já havia falado no assunto durante uma entrevista à revista Variety, em 2018, quando ela chegou a declarar que já sofreu quatro “abusos menores”. Na mesma época, ela comemorou as ações e reivindicações do movimento MeToo, voltado ao combate da cultura de estupro.

Clausula de proibição e nudez

Em janeiro deste anos a atriz decidiu que não gravaria mais cenas de sexo dirigidas por homens, pois ela se incomoda com a perspectiva masculina na produção deste tipo de cena, e não se sente à vontade as fazendo em um set com muitos homens.

Elizabeth Swann (Keira Knighteley) em Piratas do Caribe (Reprodução)
Elizabeth Swann (Keira Knighteley) em Piratas do Caribe (Reprodução)

Anteriormente, para sua segurança profissional ela já havia imposto uma cláusula de proibição de nudez em seus contratos cinematográficos.

Ela chegou a falar sobre a decisão, tomada assim que ela se tornou mãe em 2015, em uma entrevista ao podcast Chanel Connects.

“Se eu estivesse fazendo uma história sobre a jornada da maternidade e da aceitação do corpo, sinto muito, mas isso teria que ser com uma cineasta. Se fosse sobre a maternidade, sobre como esse corpo é extraordinário, sobre como de repente você está olhando para este corpo que você tem que reconhecer e que é seu, e é visto de uma maneira completamente diferente e mudou de maneiras que são incompreensíveis para você antes de se tornar uma mãe, então sim, eu estaria totalmente pronta para explorar isso com uma mulher que entenderia isso. Mas me sinto muito desconfortável agora tentando retratar o olhar masculino”, ela explicou.

Na entrevista ela também abordou a estética das cenas de sexo no cinema.

“Naquelas cenas de sexo horríveis em que você está toda suada e todo mundo está grunhindo. Não estou interessada em fazer isso. Não tenho uma proibição absoluta de filmar cenas de nudez, mas com homens meio que sim. É parcialmente vaidade e, também, é o olhar masculino. Dizendo isso, há momentos em que eu digo: Sim, eu vejo completamente onde esse sexo seria realmente bom neste filme e você basicamente só precisa de alguém para parecer gostosa, então, portanto, você pode escalar outra pessoa. Porque eu sou muito vaidosa, e o corpo de quem teve dois filhos agora, eu simplesmente prefiro não ficar nua na frente de um grupo de homens”, ela assumiu.

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