Filme francês retrata o amor proibido entre uma advogada e seu enteado

Estreou nos cinemas do Brasil o drama Culpa e Desejo (L’été dernier), dirigido por Catherine Breillat (Para Minha Irmã, Anatomia do Inferno).

A trama conta a história de Anne (Léa Drucker), uma advogada respeitada especializada em violência sexual contra menores.

No entanto, ela coloca sua carreira e casamento ao entrar em um jogo de sedução com Théo (Samuel Kircher), filho de seu marido em um casamento anterior.

O site e-Pipoca teve a oportunidade de assistir o filme antecipadamente, confira a crítica.

Moralidade em conflito

Anne (Léa Drucker), Théo (Samuel Kircher) e Pierre (Olivier Rabourdin) em Culpa e Desejo (Divulgação / Synapse)
Anne (Léa Drucker), Théo (Samuel Kircher) e Pierre (Olivier Rabourdin) em Culpa e Desejo (Divulgação / Synapse)

Apesar do longa metragem tratar de um tema complexo como a pedofilia, ele não chega a ser chocante. Contudo, a diretora coloca diversas que podem deixar os espectadores incomodados por algum tempo.

Diversos momento geram indignação, principalmente para decidir quem é o “vilão” da história. Ambos os personagens principais, Anne e Théo, tem suas próprias justificativas para estarem nesse relacionamento problemático.

Através de Anne o público é lavado a refletir sobre como frustrações do passado e se deixar levar pelo desejo pode estilhaçar qualquer bússola moral.

Além disso, atuação de Léa Drucker como Anne é incrível. A mudança de postura da atriz através das cenas são impressionantes.

Ela consegue mostrar perfeitamente as várias faces de Anne, seja como uma advogada série, uma mãe e esposa amorosa, até mesmo alguém mais vulnerável.

Mas a atuação de Léa se destaca em dois pontos da trama, em sua angústia ao perceber que pode perder tudo ao se relacionar com Théo e quando mostra seu lado mais voraz e frio para se defender, principalmente contra seu jovem amante.

Por sua vez, Samuel Kircher se mostra bastante carismático como Théo. Ele começa com um típico adolescente problemático, mas a medida que o filme avança ele se torna mais complexo.

Theo parece entender que está em uma relação proibida, mas o lado adolescente e impulsivo sempre parece falar mais alto. E isso sempre leva ele e Anne a vários embates.

Um momento de destaque de Kircher é quando ele mostra a revolta de Theo ao ser colocado contra a parede e tratado como mentiroso por Anne.

É então, nos momentos finais do filme, quando o amor se transforma em guerra, o espectador é levado mais uma vez a refletir sobre as atitudes dos personagens e escolher um lado.

Porém, por causa do roteiro ou pelo tempo de execução do filme, certas situações não são exploradas a fundo, deixando que o expectador imagine o que possa ter acontecido.

Culpa e Desejo prova que ainda há muitas histórias sérias para se contar no cinema, e principalmente, que ajudam a refletir sobre a moralidade e o que há de mais sombrio na vida de cada um.

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E nosso veredicto de Balde de Pipoca foi:

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