Enola Holmes 2: O quanto da história de Sarah Chapman é real?

Filme aborda fatos reais sobre primeira ação grevista de mulheres da Inglaterra com personagem da vida real

Enola Holmes 2 inseriu fatos reais em seu enredo, salientando uma importante parte da história dos movimentos trabalhistas, que ficou conhecido como Greve de Matchgirls, mas o quanto da história de Sarah Chapman é real?

A sequência mostra uma Enola mais madura, que está prestes a fechar seu escritório de detetive, depois de semanas sem conseguir nenhum caso por ser jovem e mulher, quando é contratada por uma menina chamada Bessie, para encontrar sua irmã de consideração, Sarah Chapman.

Durante sua investigação, Enola descobre que Sarah está se escondendo por saber que a doença que está matando suas colegas de trabalho na fábrica de fósforos, não é Tifu como apontado pelo proprietário da empresa, mas sim algo provocado no ambiente de trabalho.

No fim do longa, depois de todo mistério solucionado, Sarah e Enola retornam à fábrica e a jovem trabalhadora faz um emocionante discurso, que convence todas as jovens a entrarem em greve por melhores condições de trabalho.

Sarah Chapman
Sarah Chapman (Reprodução)

Embora Sarah Chapman tenha existido na vida real e fosse diretamente ligada a Greve de Matchgirls, a história dela é bastante diferente dos mostrado em Enola Holmes 2, que além de torná-la uma pessoa em fuga por temer por sua vida, ainda lhe forneceu um envolvimento amoroso complicado.

Na vida real Sarah nunca ficou desaparecida e nem estava entre as pobres meninas exploradas pela mão de obra no chão da fábrica, apesar de ela ser uma das responsáveis pelo movimento trabalhista que marcou a história da Inglaterra.

Ela realmente trabalhava na fábrica de fósforos Bryant & May, mas atuava no escritório, ganhando muito melhor que as meninas da fábrica, e vivia com sua mãe e não em uma casa miserável de jovens trabalhadoras.

Sarah também nunca teve envolvimento amoroso com ninguém ligado a empresa, tendo se casado anos depois da Greve de Matchgirls, que aconteceu em 1888, com um marceneiro chamado Charles Henry Dearman, que lhe deu seis filhos.

Hannah Dodd como Sarah Chapman em Enola Holmes 2 (Reprodução / Netflix)
Hannah Dodd como Sarah Chapman em Enola Holmes 2 (Reprodução / Netflix)

Quanto ao seu envolvimento na greve, ela realmente liderou o ato, mas não fez isso sozinha. Ela trabalhou junto de duas outras empregadas da Bryant & May, identificadas como Mary Cummings e Sra. Naulls, e contou com o apoio da ativista Annie Besant.

Bessant publicou um artigo com base nas informações das três funcionárias da fábrica de fósforos falando das péssimas condições de trabalho das mulheres, salários inferiores, multas por atraso e problemas de saúde causados pelo fósforo branco.

O artigo irritou a gerência da empresa, que intimidou os funcionários a desmentirem as acusações e diante a negativa dos trabalhadores demitiu um como forma de ameaça aos demais, o que acabou desencadeando a greve.

Quanto a Sarah, após a greve ela foi eleita para atuar no conselho do Women Match Makers, o maior sindicato feminino do país na época, e dedicou boa parte de sua vida a luta pela igualdade de direitos trabalhistas para as mulheres, vindo a morrer aos 83 anos de idade.

Enola Holmes 2 está disponível na Netflix.

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