Diretor fala sobre dificuldades em dirigir a adaptação híbrida de Romeu e Julieta

O novo filme de Simon Godwin, Romeo & Juliet, é um híbrido entre teatro e televisão. O longa é uma adaptação para os palcos do clássico de Shakespeare, que foi transformado em um longa para a TV.

Quando a pandemia atingiu todo o mundo, o setor do entretenimento teve um enorme baque, os teatros não ficaram de fora dessa realidade. Para salvar o projeto, o diretor foi encarregado de transformar a peça, estrelada por Josh O’Connor e Jessie Buckley, em um filme – seu primeiro.

O produto final, PBS ‘Great Performances: Romeo & Juliet, é um híbrido de 90 minutos entre palco e tela filmado no National’s Lyttelton Theatre. O diretor classifica a experiência como “uma maneira realmente empolgante de capitalizar sobre as condições muito particulares que recebemos . ”

Godwin para o site The Hollywood Reporter sobre como trouxe sua visão do palco para a tela e como a produção serviu como treinamento de trabalho para o diretor, com suas máscaras e testes de Covid. Quando perguntado sobre qual foi sua logística e os desafios que enfrentou ele responde:

“Estávamos filmando Romeu e Julieta sem nunca sair do teatro. Não havia sol italiano, não havia praças, não havia cafés. Este seria um filme enraizado no teatro e, portanto, ao invés de ser um problema, decidimos adotar a filosofia estóica de “o obstáculo é o caminho”; use o que você tem, mesmo se o que você tem for muito desafiador”, afirmou Godwin.

Ele também contou que o processo incluiu ir evoluindo de peça teatral sem muitos apetrechos para o que ele chamou de “um universo cada vez mais cinematográfico.”

O diretor acredita que o fato de ter o teatro fechado durante a pandemia coincidia com um problema enfrentado pelo próprio autor dela, Shakespeare.

“As condições particulares da pandemia contribuíram muito para nós porque, pela primeira vez desde Shakespeare, quando seu teatro foi fechado devido à peste, estávamos em uma situação em que todos os teatros estavam fechados, e estávamos trabalhando em condições muito difíceis. De alguma forma, essa história de um caso de amor terrivelmente perigoso, em que o toque era letal para os personagens, de repente também se tornou o caso para nós”, afirmou Godwin.

Jessie Buckley em Romeo & Juliet (Reprodução)

Godwin também acredita que o filme/ peça é uma celebração ao poder da imaginação.

“O teatro é uma forma de arte que se baseia na narrativa comunitária, no testemunho compartilhado e no faz-de-conta. Em vez de tentar criar qualquer tipo de filme naturalista de Romeu e Julieta, queríamos criar um filme que por si só ativasse aquele músculo imaginativo em todos que o assistiam e, ao fazer isso, fizesse com que todos se lembrassem da beleza e da importância do teatro”, conclui.

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