A representação adequada e não estereotípica da cultura egípcia em Cavaleiro da Lua era algo essencial aos olhos de Mohamed Diab. O diretor da nova série do Disney+, natural do país, sempre foi bem vocal sobre não gostar da forma como Hollywood retrata a cultura local.
Mohamed concedeu uma entrevista para o Screen Rant e contou sobre como queria deixar o retrato do Egito perfeito desta vez. Uma das coisas que ele confessou incomodar mais do que qualquer coisa é é o fato de produções simplesmente mostram o país como se fosse formado apenas de pirâmides e areia, ignorando todo o aspecto moderno do local:
“Sobre cultura egípcia, eu sou tipo a polícia do Egito. Tudo tem que estar perfeito. A maneira como nós sempre somos retratados sempre incomodou os egípcios, porque não costuma ser filmado no Egito”.
“Imagine Paris, e você está vendo o Big Ben no fundo. É insultante, e machuca demais. Ou então é filmado no Egito, mas você está tentando fazer aquilo um tanto exótico, você sempre vê as pirâmides e o deserto, embora se você virasse um pouco para trás, você está no meio de uma grande cidade.”
Diretor quase chegou às lágrimas ao ver resultado na série
Mohamed elogiou o trabalho de Stefania Cella e Meghan Kasperik, com quem trabalhou para desenvolver o visual das locações e figurino para Cavaleiro da Lua.
Segundo ele, as duas fizeram um trabalho sensacional representando o país nos sets, tanto que ele quase chorou ao ver o resultado pela primeira vez:
“Eu me juntei com ótimas pessoas. Eu formei um time com Stefania Cella, uma designer de produção maravilhosa, e Meghan Kasperlik, que é uma designer de figurino ótima. Eu disse para elas qual era minha visão, e eu contei sobre os problemas que eu sempre vejo. E elas fizeram um trabalho genial em recriar o Egito, e ironicamente, não é no Egito, é em Budapeste. Mas eu quase chorei quando eu vi a locação ganhar vida, vibrante e parecendo com o Egito de verdade.”
O cineasta também fez questão de ressaltar que nenhuma das duas artistas eram nativas do país e isso não impediu que elas fizessem um trabalho impecável.
“De verdade, elas fizeram um trabalho do ca*alho, porque não é algo fácil retratar o Egito da maneira que ele é. Ou qualquer lugar que é uma cultura do qual a pessoa não pertence, mas elas fizeram seu dever de casa e superaram as expectativas com o que fizeram. E fizeram muito bem.”
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Gaúcho, graduado em Letras, apaixonado por drag e filmes e séries de terror.